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terça-feira, 10 de novembro de 2020

Trecho: “Assata Shakur Fala Em Exilio” - Sobre Tupac

Parenti: O que você acha da música do Tupac?

Assata Shakur: Eu acho que o Tupac é um génio. Eu amo sua música, mesmo quando eu não concordo com que ele está dizendo (...)

Quais seus pensamentos no seu contraditório papel enquanto filho do movimento e, por outro lado, um gangster Rapper?

Essa consciência contraditória de que você está falando está por todo o lado. Infelizmente, não é nada novo. Nas décadas de 60 e 70, pessoas como Huey Newton e Eldridge Cleaver, claramente exibiam aspectos de confusão e misturavam política revolucionária com ganguismo. A máquina destruidora de mente funciona a todo tempo, nos fazendo ansiar por poder e dinheiro, em vez de justiça. Nós todos fomos um pouco doutrinados. E confundidos. 
Eu não me importo com quem você é, Holliwood entrou na sua cabeça. O ato de ser livre tem muito a ver com se desdoutrinar. Eu ouço todos esses Rappers falando sobre se manter real e, ao mesmo tempo, eles estão vendendo grandes fantasias. Esses vídeos de Rap feitos em clubes chiques, cassinos, mansões alugadas, em volta de piscinas, iates alugados, aviões particulares alugados, helicópteros alugados. A maioria das pessoas no mundo do Rap mal está sobrevivendo.

Tupac foi uma exceção. Ele tinha apenas 25 anos quando morreu e uma das coisas que me deixa triste é que não havia nenhuma comunidade forte Africana de revolucionários para protege-lo e ajudar a educá-lo. Aqueles que o amavam fizeram tudo que podiam, mas eles estavam competindo com influências muito poderosas, sedutoras e negativas.

Enquanto um movimento, eu acho que devemos nos envolver mais em educar e apoiar os jovens.... 

“Assata Shakur Fala Em Exilio”. Assata Shakur: Escritos. Reaja: Brasília, 2016. (p.137)