quarta-feira, 21 de abril de 2021

Jalil A. Muntaqim – Escritos da Prisão

Arquivo Pdf JALIL MUNTAQIM

ESCRITOS DA PRISÃO: Sobre o Partido dos Panteras Pretas, o Exército de Libertação Preta e a Frente para a Libertação da Nova Nação Afrikana

https://drive.google.com/file/d/1T-nw7vNcH5eD8KtFQ7OLbl3w_Wh7UEiD/view?usp=sharing

Jalil A. Muntaqim (Anthony Bottom, 1951-...) - Preso político de guerra nos EUA por quase meio século (50 anos), Ex-membro do Partido dos Panteras Pretas e do Exército de Libertação Preta, 
Revolucionário e estudioso da FROLINAN - Front for the Liberation of the New Afrikan Nation [Frente para a Libertação da Nova Nação Afrikana].

O irmão Jalil conquistou sua liberdade condicional agora no final de 2020.

Textos compilados:
1. Sobre o Autor.
2. Declaração de Condenação. 
3. Seremos Nossos Próprios Libertadores.
4. Sobre o Exército de Libertação Preta.
5. FROLINAN - Manual Para Os Quadros Nacionalistas Revolucionários.
6. A LUTA NACIONAL E INTERNACIONAL. 

Por Fuca, Insurreição CGPP.



quarta-feira, 14 de abril de 2021

Quênia: vídeo homenagem Dedam Kimathi e trecho de Ngũgĩ wa Thiong'o, (1986).


(...) A questão da terra é básica para a compreensão da história e da política contemporânea do Quênia, como na verdade é da história do século XX onde as pessoas tiveram suas terras tomadas pela conquista, pelos tratados desiguais ou pelo genocídio de parte da população. A organização militante Mau Mau, que liderou a luta armada pela independência do Quênia, foi oficialmente chamada de Exército por Terra e Liberdade do Quênia. A peça de teatro, Ngaahika Ndeenda, em parte se baseou muito na história da luta por terra e liberdade; particularmente no ano de 1952, quando a luta armada liderada por Kimathi começou e os regimes coloniais britânicos suspenderam todas as liberdades civis ao impor um estado de emergência; e em 1963, quando a KANU [União Nacional Africana do Quênia] sob Kenyatta negociou com sucesso o direito de arvorar uma bandeira nacional, de cantar um hino nacional e de chamar as pessoas a votar em uma assembleia nacional a cada cinco anos. A peça mostrou como aquela independência, pela qual milhares de quenianos morreram, havia sido sequestrada. Em outras palavras, mostrou a transição do Quênia de uma colônia com os interesses britânicos dominantes, a uma neocolônia com as portas abertas aos interesses imperialistas mais amplos, do Japão à América do Norte. Mas a peça também retratou as condições sociais contemporâneas, particularmente para os trabalhadores das fábricas e das plantações multinacionais. (...)

(...)

Os participantes [da peça] foram mais específicos sobre a representação da história, sua história. E eles foram rápidos em apontar e argumentar contra qualquer posicionamento incorreto das várias forças - até as forças inimigas - trabalhando na luta contra o imperialismo. Eles comparavam notas de sua própria experiência real, seja na fabricação de armas nas florestas, no roubo de armas do inimigo britânico, no transporte de balas pelas linhas inimigas ou nas várias estratégias de sobrevivência. Terra e liberdade. Independência econômica e política. Esses eram os objetivos da luta e eles não queriam que Ngaahika Ndeenda distorcesse isso. As armas de imitação para a peça em Kamirithu foram feitas pelas próprias pessoas que costumavam fazer armas de verdade para os guerrilheiros Mau Mau nos anos cinquenta. Os trabalhadores estavam ansiosos para que os detalhes da exploração e as duras condições de vida nas fábricas multinacionais fossem revelados...

(Ngũgĩ wa Thiong'o, 1986)

No vídeo uma homenagem ao grande guerrilheiro Dedan Kimathi Waciuri (outubro 1920 – Fevereiro 1957) com músicas nativas dos Mau Mau. Emocionante!

https://www.youtube.com/watch?v=zqK8hky6A30


quarta-feira, 7 de abril de 2021

Conversando com o povo - #1 - texto

(Projeto de introdução do álbum volume 2, Insurreição cgpp)

Iae preto, iae preta, que vive nas quebradas desse brasil, essa nação genocida, que visou e visa nossa aniquilação e dizimação, por vários métodos, diretos e indiretos, fisicamente, espiritualmente, mentalmente, pelo sistema educacional racista, pela mídia burguesa, pelas religiões do dominador com seu cristianismo, com sua burocracia institucional da política que funciona para manter nóis fora do poder, longe da tomada de decisão, distante da transformação revolucionária, que tem seu braço militar e todo aparato policial para resguardar as desigualdades raciais e sociais... que desde a época da escravidão vem matando o povo preto e encarcerando e torturando os nossos.

Ainda quando vivos, ainda sobrevivemos em situações de privações, pois nos foi tomada a terra, não temos terra, não detemos os meios de produção em nada nesse pais, assim ficamos dependendo dos opressores genocidas para sobreviver.

Então, se a elite branca ainda detém poder de vida e morte sobre nós, nada está bem e muito precisamos trabalhar entre os nossos, numa perspectiva revolucionária. Ou seja, de romper com a nação branca/burguesa - a história mostra que o mundo que os brancos reservou pra nóis foi um mundo de destruição - sendo assim é necessário construir uma outra nação a partir do nosso controle, abordando as questões de classe e gênero, e o resgate de nossos valores ancestrais positivos. O Povo Preto no Poder. Orgulho de nossa ancestralidade africana. Para conseguir ter paz entre nós e pelo bem-viver.

Isso pode começar hoje, numa escala menor, num grupo menor, mas a base deverá ser sólida pra no momento certo ocorrer a tomada de poder. Onde que somos maioria devemos buscar dominar esses territórios, e visar sempre quebrar a lógica racista e capitalista onde dominarmos.

Nossa arte, nossa educação e nosso trabalho deve seguir esse destino. Na escala dessa humilde arte, nos prestamos a isso.! Abandone os estereótipos que o sistema projetou pra nós, dizendo que somos preguiçosos, burros, vagabundos, criminosos, eternos muleques, irresponsáveis, maiores cachaceiros, os mais drogados, inferiores e fadados a pobreza... por outro lado não podemos cair na armadilha da falsa sensação de progresso através do consumismo desenfreado de produtos bem mais caros além do que vale e enriquecendo justamente os opressores... são várias fitas, mas o rap é escola é tá aí pra blindar mentes. Pois precisamos formar nossos Quilombos!

Isso é então um pouco de nossa forma de... Insurreição Contra o Genocídio do Povo Preto.