terça-feira, 24 de abril de 2018

Influência do Pensamento de Stokely Carmichael para o Pan Africanismo

Por Kilombo Favela Rua

Convocamos todas as Pretas e Pretos do Rio de Janeiro, indivíduos ,estudantes, trabalhadores, organizações, coletivos e ativistas e militantes no gera,l para uma reflexão sobre o pensamento político de Stokely Carmichael (Kwame Ture) e a tradição radical preta, autônoma e Pan Africanismo. 

Em nossa atual conjuntura, onde debatemos os rumos políticos e o quanto a força da luta partidária influência o rumo do povo preto no Brasil, os convidamos a trocar essa ideia e conhecendo e analisando o pensamento desse influente teórico do Pan Africanismo e os mecanismos necessários para nossa libertação.

Lançaremos também o livro do Poder Preto ao Pan- Africanismo e faremos uma homenagem a Winnie Mandela.

Quando? 28/04/2018
Que horas ? 15:00
Onde? Rua Uruguaiana , 77 - Museu do Negro

Venham e convidem as pessoas próximas de você.
O conhecimento liberta!

Organização:
UCPA - União de Coletivos Pan Africanistas
Ocupa Alemão Favela/ Quilombo
Kilombo Favela Rua




sexta-feira, 20 de abril de 2018

O aumento da cultura do ódio? - breve nota

A cultura do ódio tem se tornada mais evidente, até mesmo devido os avanços tecnológicos na área de comunicação, mas não necessariamente deve-se pontuar um crescimento de agora. Esse aumento mantêm-se gradativamente, impulsionado pelo contexto histórico-cultural deste projeto de nação chamado Brasil.

A forma como a comunicação se desenvolve na atualidade permite uma interação imediata entre os interlocutores. Antes, essa troca era dada internamente, mais demorada e menos viralizada. Na televisão e no rádio a transmissão de informação, opiniões e doutrinas é feita de forma unilateral. Com o advento das redes sociais na internet, essa interação torna-se massiva, prática e de certa forma resguarda anonimato. Isso encoraja as pessoas a exporem e reproduzirem o que se é acumulado, tem-se maior alcance e é instantâneo.

A história do Brasil, até o surgimento da república e após esse período, tem acontecimentos de extrema violência, dominação (forçada e não forçada), e intolerância. Mas esse país assume um papel nefasto e dissimulado de romantizar a história do processo de consolidação da nação, afirma que que as integrações foram feitas respeitando as diferenças culturais, linguísticas, sociais, religiosas e econômicas.

Começa a aparecer mais facilmente todo ódio contido por trás dos mitos de um país de todos, multicultural, multirracial e de colonização benevolente, pois até então, todo esse ódio que desencadeia uma série de problemas, principalmente violência, estava mascarado. Os grupos detentores de poder puderam tornar seus atos legítimos ao longo de séculos, assim naturalizar essas diversas atrocidades e por muito tempo evitar que se pautasse seriamente o assunto.

Portanto, é preciso analisar e estudar as raízes desse problema que age de forma transversal na diferença de classes sociais, de gênero, mas acimo de tudo, a cultura de quem dominou/colonizou e não apenas se espelhar ou reproduzir o pensamento europeu e a forma de vida nos moldes da civilização ocidental. O complexo de superioridade desse berço civilizatório culmina no desejo de desmantelar outras culturas em nome de uma (ocidental) tida como universal. É inegável que o ódio está atrelado ao medo do outro, medo do estrangeiro e violações de diversos direitos.

Fuca  - 09/2017

terça-feira, 17 de abril de 2018

Koumba Tam - Mateus Aleluia / Léopold Sédar Senghor

Koumba Tam - Letra - Mateus Aleluia

Verde palma vela febre dos cabelos
Acobrei a curva afronte
As pálpebras quebradas dupla face
As fontes seladas
Esse fino crescente esse lábio mais negro e quase pesado
E o sorriso da mulher cúmplice.

As patenas das faces, o desenho do queixo
Cantam mundo acorde
Rosto de máscara serrada ao efêmero
Sem olho, sem matéria
Perfeita a cabeça de bronze
Com sua pátina do tempo
Sem vestígios de pinturas
Nem de rubor, nem rugas, nem de lágrimas, nem de beijos.

O rosto tal qual Deus te criou
Antes mesmo da memória da cidade lembrança da aurora do mundo
Nao te abras
Pra receber no colo meu olhar que te afaga
Adoro-te óh beleza
Com meu olhar monocórdio.

Dorme Koumba Tam
Dorme Koumba Tam
Ela dorme e repousa seu rosto na candura da areia.

Dorme Koumba Tam
Dorme Koumba Tam
Ela dorme e repousa seu rosto na candura da areia.

Adaptado/traduzido do poema: Máscara Negra de Léopold Sédar Senghor