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terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Rosa Amelia Plumelle-Uribe - Breve nota

Nota referente ao texto Da Barbárie Colonial à Política Nazista de extermínio, de Rosa Amelia. Em seguida tem uma biografia da autora. Essa nota foi apresentada no grupo de estudos dos livros da UCPA em novembro de 2021, a partir do livro Coleção Pensamento Preto volume1: Epistemologias para o Renascimento Africano. Publicado pela Editora Filhos da África, 2018.

Da Barbárie Colonial à Política Nazista de Extermínio – Breve nota

- Podemos dividir em pelo menos dois momentos de ataques deferidos pelos brancos contra os pretos. 

- O primeiro seria o sequestro e o tráfico transatlântico de escravos vindos da África para as américas desde a segunda metade do século 15, e isso atrelado à colonização do continente americano. O segundo momento seria o de colonização do continente africano desde a segunda metade do século 19. 

- A parte que vou tratar aqui será referente ao primeiro período: a colonização das Américas. Essa colonização trouxe duas consequências nefastas aos indígenas e, em seguida, aos africanos.

- 1ª consequência: Genocídio indígena através da dizimação e extermínios de milhões, sendo que esse continente era habitado pelos indígenas de diversos povos. 

- Rosa Amelia aponta que, de acordo com o censo dos espanhóis, existiam 80 milhões de nativos nas américas. Já de acordo com o senso de historiadores da América do Sul, existiam 100 milhões habitando o continente americano. 

- Seja como for, em ambos os casos, o extermínio girou em torno de 90% do povo indígena. Desse modo, Rosa vai caracterizar essa hecatombe como sendo o primeiro genocídio dos tempos modernos. 

- Ainda, para além dos números, o comportamento dos brancos cristãos culminou numa destruição continuada através da justificação de tal genocídio, criando-se, assim, na dimensão cultural, ideológica e política, a supremacia branca em detrimento dos povos não-europeus e não-brancos. Gerando até mesmo consequências dentro da Europa, e é essa consequência dentro da Europa que poderá servir de fio condutor, direto e indireto, da barbárie colonial ao nazismo. 

- Cruelmente, a situação de impunidade e a pretensa supremacia branca, favoreceu para que a brutalidade branca fosse posta em prática. Uma delas seria jogar os indígenas e até bebês como alimento para cães ou os queimando em fogueiras como forma de diversão branca.

- Podemos perceber que não houve conversa, não houve acordo e não houve nem mesmo piedade, e ao exterminar praticamente toda população de indígenas que também não se submetiam à situação de escravizados, esse ditos conquistadores brancos partiram para a solução africana de fornecimento de escravos para a América. 

- 2ª consequência: essa invasão em busca de mão de obra escrava na África, ainda no século 15, se caracteriza como a segunda consequência da colonização das Américas. Ou seja, esse empreendimento das nascentes potencias ocidentais desencadeou a deportação forçada mais gigantesca da história da humanidade, que além de esvaziar parte da população do continente africano, desagregou a economia dos países africanos. Economia essa que não girava em torno do escravismo. 

- E também ao citar a desagregação da economia africana devido o sequestro de africanos, podemos ter noção de que já existia civilização, organização e bem-estar social na África. Ao contrário do que justificara os brancos.

- É importante notar que logo de início a autora traçou um breve panorama da escravidão antes de 1492, mesmo que sua análise se dê no pós 1492, pois foi com certeza a marca da origem de um genocídio sem precedentes na história humana. 

- A escravidão como uma servidão antes da era moderna, ocorreu tanto entre europeus versus europeus como na própria África, entre os africanos. Sobre os europeus x europeus, Rosa Amelia diz que “...quando o domínio dos árabes mulçumanos se estende em direção à Europa, o comércio de seres humanos é já uma atividade milenar entre os europeus. O reinado do Islã na Espanha de 711 até 1492 limitou-se a dinamizar o tráfico de escravos dentro da Europa, fazendo do continente um importante fornecedor de escravos, homens e mulheres, expedidos para os países do Islã...”

- Já no tópico “Uma empresa de desumanização”, a autora vai abordar a consolidação de leis baseadas na pretensa inferioridade dos não brancos e suposta supremacia branca que fora justificada pelo cristianismo. 

- Então cada metrópole tinha criado seu arsenal jurídico para regulamentar o genocídio. 

- Desse modo, ela vai evidenciar também que durante os séculos 15 e 19, nenhuma voz de autoridade ocidental se ergueu contra as barbáries, nem mesmo os iluministas do século 18, ao quais Rosa Amelia vai traçar sua critica também. 

- Pois esse movimento das Luzes argumentou o triunfo do pensamento cientifico sobre a fé religiosa e isso deu uma energia à raça dos senhores e aos valores da civilização ocidental e uma credibilidade que a religião já não mais beneficiava junto dos espíritos esclarecidos. 

- Com isso, o discurso cientifico passa a dar suporte ao racismo. Por isso também, o que seria um possível desmantelamento das estruturas genocidas com as abolições da escravatura, tal possibilidade nem chegou a arranhar as profundas estruturas da barbárie institucionalizada da supremacia branca.  

- Opinião

- Enfim, ainda sobre as mesas de conferência do ocidente nosso destino estava sendo traçado, sob a desarmonia que os yurugu representam no mundo!

- Vemos então que é uma denúncia bem real e de forma alguma anacrônica ou obsoleta, antiga ou retrógrada – o que pra muitos parece ser -, e tal como o Discurso sobre o colonialismo; Racismo e Sociedade, de Carlos Moore; O Genocídio do Negro Brasileiro, de Abdias; foi bem fundamentada. 

- Vale notar também que junto dessas denúncias devem vir cada vez mais as perspectivas de como se dava o continente africano antes da barbárie branca. Não o fiz devidamente aqui, mas já temos feito em outros textos, tais como: O Pan-Africanismo e a Família Africana e também em Unidade e Luta. 


Rosa Amelia Plumelle-Uribe
[Sugestão: biografia de introdução à nossa apresentação. Extraída do livro dela, White Ferocity].

Advogada e ensaísta, Rosa Amelia Plumelle-Uribe nasceu em 24 de dezembro de 1951 em Montelíbano, Colômbia, mas vive na França.

No final da década de 1970, em Bogotá, capital da Colômbia, ela fez parte do grupo “Cultura Negra”, onde tomou conhecimento da posição dos pretos na história da humanidade.

Desde então, ela tem focado seu trabalho na denúncia de crimes e injustiças perpetrados sob a bandeira da dominação e opressão branca e discriminação racial de outros grupos, incluindo o tráfico de escravos, escravidão, massacres de povos indígenas por colonos, colonialismo, nazismo e apartheid. 

Através de seu trabalho ao longo dos anos, ela continua a construir um relação Norte-Sul diferente.

Em 2001, as pesquisas e reflexões de Plumelle-Uribe ao longo de muitos anos se concretizaram com a publicação de Ferocidade Branca: Os genocídios de não brancos e não arianos, de 1492 até hoje, e uma edição alemã publicada em 2004. 

Em outro trabalho chamado Tráfico de brancos, tráfico de negros: aspectos desconhecidos e consequências atuais [Traite des Blancs, traites des Noirs: aspect méconnus et conséquences actuelles] (L'Harmattan, 2008) ela enfoca essencialmente como, por um lado, os traficantes de escravos árabes-muçulmanos exportavam africanos para a Ásia, Europa e Oriente Médio e, por outro lado, como os europeus continuaram a se vender uns aos outros.
Nos últimos anos, a demanda por reparação pelos crimes do tráfico de escravos tem gerado grande hostilidade entre os poderes implicados nesses crimes. Confrontada com a oposição à reparação por todos aqueles que se sentem ameaçados pela própria ideia, Plumelle-Uribe publicou Vítimas de escravistas muçulmanos, cristãos e judeus. Racialização e banalização de um crime contra a humanidade [Victimes des esclavagistes musulmans, chrétiens et juifs. Racialisation et banalisation d’un crime contre l’humanité] (Anibwé, 2012) para demonstrar as responsabilidades dos atores envolvidos, dos financiadores e dos beneficiários da escravatura e do tráfico de escravos.

Após os ataques terroristas mortais de 13 de novembro de 2015 na França, Plumelle-Uribe publicou 13 de novembro de 2015. Vítimas inocentes das guerras (Anibwé, 2016) para analisar as circunstâncias históricas e as causas que tornaram as populações civis vulneráveis e colocaram em risco a segurança de todos. Ela examina elementos que ajudam a compreender que, na nova realidade do século XXI, a reciprocidade da violência é tal que as intervenções militares no Sul não são mais viáveis sem comprometer a segurança das populações civis do Norte.

Plumelle-Uribe também contribuiu para várias obras coletivas, como Escravidão, colonização, libertação nacional [Esclavage, colonization, libérations nationales] (L'Harmattan, 2000), Desprezo, escravidão e lei [Déraison, esclavage et droit] (UNESCO, 2006), Crimes históricos e reparações: as respostas da lei e da justiça [Crimes de l'histoire et réparations: les réponses du droit et de la justice] (Bruylant, 2004) e 50 anos depois, que independência para a África [50 ans après, quelle indépendance pour l'Afrique] (Philippe Rey, 2010), entre outros.

Agradecimentos [dela feito no livro, acrescenta sobre sua trajetória]

Eu cresci em uma sociedade onde as desigualdades em todos os campos da vida, incluindo a morte, eram tais que causaram e continuam a causar consequências tão terríveis que, mesmo aqueles que acreditavam ter escapado da miséria, tiveram poucas oportunidades de desfrutar de seus confortos materiais sem perder parte de sua humanidade. O menor sentimento humano foi suficiente para desencadear o conflito com um sistema que era controlado por apenas algumas famílias cuja riqueza era comparável à riqueza das maiores fortunas do Ocidente. Esse sistema estava determinado a manter o status quo e, como tal, estava disposto a criminalizar qualquer tipo de demanda social.

Nesse contexto, nas décadas de 1960 e 1970, muitas pessoas nos países das Américas e em outras partes da África e do continente asiático, inclusive adolescentes, tomaram consciência do que significava alienação econômica. Eles assumiram o compromisso ao lado dos mais desfavorecidos. Devo prestar uma homenagem à minha mãe porque, embora não tenha partilhado todas as minhas escolhas, sempre me apoiou mesmo quando, contra a sua vontade, pagou as consequências do meu ativismo.

O que quero sublinhar é que, apesar de ter adquirido consciência desde um estágio bastante precoce da alienação econômica e das desigualdades sociais, cheguei à idade adulta sem perceber o que significava alienação racial.

Eu devo a Amir Smith, Vicente Murrain e Amilkar Ayala, em Bogotá, em 1977, minha descoberta do Discurso sobre o colonialismo, de Aimé Césaire, dos livros de Frantz Fanon, da autobiografia de Malcolm X e Tambours del destino, o trabalho de Peter Bourne sobre a revolução haitiana. Só então me dei conta de nossa posição particular na história da humanidade. Uma posição, como assinala Césaire, que remonta a uma época em que milhões e milhões de mulheres, homens e crianças, foram expulsos de suas casas, acorrentados como animais e compelidos a cruzar o Atlântico sendo despojados até de sua dignidade humana sob os céus da América.

Gostaria de agradecer a Jovina Teodoro por me apresentar o livro profundamente comovente O genocidio do negro brasileiro, de Abdias Do Nascimento.

[pretendo ler até aqui pra então entrar no texto que estudamos]

Naquela época, graças a uma campanha internacional de conscientização das Nações Unidas, sob a pressão combinada de países africanos e da Europa Oriental, fui informada do crime contra a humanidade constituído pelo apartheid, do qual não tinha ouvido falar em parte alguma, fosse no meu círculo político ou em qualquer outro lugar.

Tive a sorte de entrar em contato na França com Jacqueline Grunfeld, uma ex-combatente da Resistência Francesa, ativista anti-apartheid que, até sua morte em 1993, lutou contra todas as formas de racismo. A esta mulher corajosa e generosa devo minha habilidade de discernir entre o judaísmo e o sionismo.

Também tirei grande proveito de meu encontro com Denise Mendez, cuja honestidade intelectual e padrões éticos rígidos foram de grande ajuda para mim em meus esforços.
Quando li Le Code Noir ou le calvaire de Canaan, de Louis Sala-Molins, senti a necessidade de encontrar o autor e abraçá-lo com muito carinho em nome do meu povo.

Também tirei grande proveito dos meus encontros com Régis Doumas que, apesar de não compartilhar minhas crenças, pôde entrar em um debate comigo que ao longo dos anos se tornou um verdadeiro diálogo, pelo qual sou extremamente grata a ele.

Tive a sorte de conhecer Christiane Rémion-Granel, a quem gostaria de agradecer pela sua perseverança nesta luta pela dignidade humana e que muito me estimulou.
Desejo estender meus agradecimentos muito especiais a Frédéric Plumelle, meu marido, a quem este trabalho deve muito. Sem a ajuda generosa que ele me deu por mais de quinze anos, eu nunca teria conduzido a pesquisa que foi essencial para o meu trabalho. Além disso, ele também estava disposto a atuar como meu parceiro durante as etapas, a quem eu apresentei os resultados de minhas análises e pensamentos. Suas sempre bem fundamentadas críticas e sugestões de redação ajudaram enormemente meu progresso. Por isso sou muito grata a ele porque, graças ao seu apoio, pude levar até o fim esta contribuição que devo à memória do meu povo.

Também quero agradecer aos nossos três filhos, Corinne, Henri e JeanGabriel, que à sua maneira me ajudaram e que muitas vezes sofreram as consequências da minha indisponibilidade enquanto preparava esta obra.


por Fuca, nov.21..



quarta-feira, 2 de maio de 2018

Um ano já se passou: João Victor descanse em paz

João Victor descanse em paz e que sua família tenha conforto nesse momento difícil, carregando uma dor que marca pro resto da vida.

João, já vi semelhantes nossos sendo espancados em postes, e eu acreditando depois de tudo, que aquilo não aconteceria mais, por mais que a ancora do jornal o chamava de marginalzinho incitando sua morte. Lembro, também, da Luana em Ribeirão Preto que morreu após ser espancada por pms, e te juro que acreditei, após tanta brutalidade, que ali pararia essa onda de violência. Mano, chorei ao ver o vídeo do Renatinho (Peterson) pedindo socorro enquanto era covardemente torturado e assassinado por militares da força tática de sp. Acreditei piamente que o Ítalo viveria após ter feito sua ousada peripécia de criança, mas ele pagou com a vida aos 10 anos de idade. Agora, quando assassinaram o sr Luis Carlos Ruas daquela forma desumana e disseram que a estação do metro teria o nome dele, aí eu de novo tive a mesma esperança de que tudo isso acabaria. João, são tantos mal entendidos nesses casos,...de que fizeram confusão no alvo, de que bateram só pra dar um susto, de que teve disparo acidental, de arma que disparou sozinha, de que tava no local errado, casos de legitima defesa, que eu quase acreditei que não era ódio exacerbado contra nosso povo. Quase que me esqueci o que significa segurança pública pra nóis, e que a segurança privada replica os procedimentos e vice-versa. Que não dá pra deixar de lado a campanha 'higienista' propagada pelos governos (de todos os lados)! Ainda com apoio de parcela da sociedade. 

Tá chato esse assunto né mano? Desculpa essa mensagem citando esses acontecimentos, poderia ser uma mensagem leve como uma roupa de presente, um bute, um jogo ou um lanche servido no fim da tarde e não algo póstumo.
Fica meus sentimentos. Descanse em paz.




segunda-feira, 4 de abril de 2016

Mês do Hip Hop 2016: oportunidade de falar do nosso povo Africano

É inegável a importância que o Mês do Hip Hop, mais uma vez, tem no processo de Educação de crianças, adolescentes e jovens, e também na formação de novos artistas de luta trazendo à tona novamente a questão do povo preto, desta vez discutindo a Diáspora Africana e a Lei 10639/03. Ter a oportunidade de aprender e falar sobre meu povo através da cultura é o que me impulsiona a escrever esse texto.

Por FUCA (Insurreição CGPP)


Falar de Hip Hop nos seus quatro elementos e desconsiderar o povo preto, é simplesmente fazer por fazer e ter um desconhecimento da história do Hip Hop. Não me espantaria em dizer que muito dessa essência tem se perdido no movimento, até porque vivemos num país totalmente RACISTA onde vigora o genocídio.

Ao falar de Genocídio do Povo Preto e de Brasil, temos que falar do projeto de nação republicana que no início do século passado se iniciou visando e consolidando a exclusão dos negros nesse processo. Então após o “fim da escravidão” o que seria o momento do Negro no trabalho livre, o fluxo de imigrantes vindos da Europa aumentou de forma exacerbada com o intuito nítido de se ter um modelo de trabalhador padrão (branco/europeu), e se existe quem seja contra qualquer tipo de política afirmativa para negros, nessa época esses imigrantes brancos tiveram todo o auxilio desse país. O objetivo de branqueamento da população esteve escancarado nesse período e se mantém até hoje. Os pontos de exclusão (periferia / favela) ainda existem e é onde o Estado não chega e quando vem é a através da repressão policial, é nessa área dos excluídos que se é legitimo torturar, matar, chacinar e ainda desaparecer com os corpos.

Ao falar de Genocídio do Povo Preto e de Brasil, temos que falar do período de colonização e de coisificação do nosso povo (quase quatro séculos), que apesar de toda atrocidade dos brancos que sequestraram, estupraram, acabaram com nossos laços familiares, nossa cultura, nossa religião, o povo preto tem um histórico riquíssimo em resistência às opressões dos brancos, seja através de revoltas, insurreições e a capacidade de constituir QUILOMBOS, a exemplo da primeira republica afrikana, Quilombo dos Palmares, que venceu diversas batalhas contra os europeus.

Mas para além disso, temos que contar a história do Continente Africano como os primeiros seres humanos a habitarem a terra, a África o Berço da Humanidade com vasta contribuição ao desenvolvimento humano. A vida do nosso povo não começou em 1500, muito
pelo contrário, de 1500 pra cá é um período curto de nossa história para nos condicionar a escravos.

Como que não devo escrever sobre a oportunidade de falar da história do meu povo onde o ocidente insistiu e insiste em ocultar e/ou falsificar quem somos?

“... os países da diáspora negaram, mutilaram e falsificaram a história dos africanos e de seus descendentes, fazendo-os aparecer geralmente como objetos e raramente como sujeitos da ação humana do tempo. Omitiram a participação dos negros na construção das economias, culturas, identidades e transformações políticas desses países. Atribuíram a luta pela abolição da escravatura aos humanistas brancos e não aos protagonistas negros.” (Kabengele Munanga).

A lei 10639/03 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, mas passados 13 anos ainda percebemos resistência pra implementar de fato esses ensinos, até mesmo um dos pontos é a falta de difusão de escritores de autores e cientistas pretos ou pretas. Difusão de quem estudou e pesquisou sobre a verdadeira história da África e de seus avanços pirateados pelos europeus, (os gregos estudaram por um longo período no Egito Antigo, (KEMET, terra dos homens pretos)). Os europeus são plagiadores, falsificaram a história e a ciência a nos impor algo vindo da Europa como universal.

“O que estou dizendo é que eles tinham que vir para a África e estudar com os sábios do antigo Egito, que eram negros, para ter condições de aprender medicina, matemática, geometria, arte e assim por diante. Isso aconteceu muito antes da existência de qualquer civilização.” (Molefi Kete Assante).

Então o Hip Hop vem fazer esse papel importante e crucial para nossa educação, pra que visemos reverter esse processo de genocídio que é estruturado pelo racismo, para que atinjamos a nossa autoestima e a dos alunos ao saber um pouco da verdadeira história de seu povo e para que busque reabilitar o nosso ser individual e a emancipação como um povo descendente de Africanos.

Se liga nesses pontos:
“- A África foi o berço da humanidade.
- A maior parte da história humana se desenvolveu nesse continente
- Os primeiros seres humanos foram africanos de pele negra que se espalharam por outras partes do mundo, em várias ondas migratórias.
- Os seres humanos de hoje pertencem a uma só espécie cuja ancestralidade comum é negra e africana.
- As “raças” humanas de hoje são todas descendentes de africanos de pele negra e entre elas não há grandes diferenças genéticas.
- Durante a maior parte da história humana a África foi o berço dos mais importantes avanços tecnológicos e científicos./ povos africanos de pele negra foram os autores desses avanços.” (Elisa Larkin Nascimento).

Enfim, que ao longo do tempo possamos criar mais mecanismos pra adentrarmos de fato nesses espaços, assim como na rua, (a rua é a essência do Hip Hop) e poder demonstrar esses pontos citados acima extraídos do suplemento didático “O tempo dos Povos africanos”. Não temer em falar de nosso povo, muitos querem atribuir esse conteúdo como algo segregacionista ou excludente sendo isso totalmente ao contrário, é em busca de justiça social e da autenticidade histórica, que reflete no interno da pessoa, nas relações interpessoais e tudo mais. E outra, o debate sempre foi racializado nos colocando como inferiores, como quem não tem capacidade de produzir conhecimento, tecnologia e civilização...racializaram desde os testes de pureza do sangue para assumir cargos em igreja, no Estado, etc. segregação em espaços públicos e tudo mais. Vamos falar de África sim, esse é o caminho e sigamos, com muito Rap, Break, Discotecagem e Grafite.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Divulgação - ATO: UM ANO DA MORTE DO RENATINHO!

Zona Leste Exige um Basta de Violência Policial
ATO: UM ANO DA MORTE DO RENATINHO!

Data: 19/03/2016
Horário: 15h as 19h
Local: Rua José de Toledo, 2 - Itaim Paulista (Próximo ao Hospital Santa Marcelina)








No dia 18/03/2015 Peterson Conti (Renatinho), 21 anos, foi brutalmente espancado e torturado até a morte por PMs do 29º Batalhão da Força Tática.
O PMs apresentaram uma versão fraudulenta dos fatos e assim permanecem soltos. Exigimos rigor e imparcialidade nas investigações. Queremos Justiça!

- CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA JUVENTUDE
- PELO FIM DO RACISMO INSTITUCIONAL
- CHEGA DE TORTURA
- CONTRA O GENOCÍDIO DO POVO PRETO E DA PERIFERIA!!!

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Cronograma do Ato:
15h as 18h:
- Fala das mães e familiares de vítimas
- Apresentações de RAP
- Fala de representantes de movimentos sociais
- Intervenções Poéticas
- Microfone Aberto

18h30:
- Projeção de um vídeo em homenagem ao Renatinho

19h:
Marcha de encerramento do ato.

VENHAM, ESTÃO TODAS E TODOS CONVOCADOS PRA MAIS ESSA ETAPA DA LUTA... TRAGA SUA ARTE, SEU PROTESTO, SUA FAIXA, SEU CARTAZ!!!

Saiba mais sobre o caso:





terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Texto e Fotos - Ato SP Manicômio Genocida - 25/01/2016

COMITÊ CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE PRETA POBRE E PERIFÉRICA

FÓRUM DE HIP HOP

III ATO - SÃO PAULO: MANICÔMIO GENOCÍDA CONTRA A POPULAÇÃO PRETA PERIFÉRICA.

Pelos idos de 1554 os homens brankkkos (kkk faz referência a ku klux klan) chegam nessas terras com seu Deus racista, sexista, homofóbico, xenofóbico. Homens que defendem um Deus que está acima da razão humana e que até determina essa razão. O padre jesuíta José de Anchieta era um representante daquele braço que visava a "salvação" pela via da aculturação dos indígenas e evidentemente isso não está desarticulado com o roubo da terra dos povos originários, escravização, estupro, enfim, todo o receituário da empresa colonial.

Ao falarmos de São Paulo falamos de supremacia brankkka que é, sob uma base histórica, o sistema que institucionalmente perpetuou a exploração e opressão de continentes, nações e povos não- brancos por pessoas brankkkas e suas nações do continente europeu com a finalidade de manter e defender um sistema de riqueza, poder e privilégio. Essa é a base sobre a qual se sustenta o genocídio. Enquanto ela vigora, vigora também o genocídio.

Assim funciona o racismo em países que vigora falácias como a "Democracia Racial"

1. Aceitação implícita da brancura como norma ideal.
2. Negação da raça como categoria socialmente relevante.
3. Negação da raça como realidade física e louvação da mistura racial.
4. Negação da existência de uma especificidade cultural africana e louvação da mistura cultural.
5. Corte espacial ("não aqui").
6. Corte temporal ("não mais").

Sobre essa base estão justificados os aparelhos de controle e repressão que servem ao Estado como os presídios, manicômios, hospitais psiquiátricos, escolas (que ensinam o povo preto a se odiar), a polícia entre outros.
Os valores desta Supremacia Braankkka não são valores que estão apenas no conteúdo das políticas sejam elas de governo ou de Estado, esses valores são os valores da sociedade. Toda sociedade apertou os gatilhos junto com a polícia civil e militar matando 311 pessoas até o terceiro trimestre de 2015 (segundo a secretaria de segurança pública), é também essa sociedade que apoia a criminalização dos movimentos sociais, das torcidas organizadas (chegando ao extremo de uma chacina que vitimou 8 pessoas na quadra da torcida Pavilhão 9 em 2015), que apoia o encarceramento de crianças, adolescentes, adultos, pessoas com sofrimento mental, e a xenofobia (principalmente no caso da perseguição de bolivianos e africanos diaspóricos do Haiti). Para essa receita sabemos quem são as vítimas, foi assim contra a República de Palmares, Canudos, foi assim para massacrar centenas no Carandirú, é assim em 2015 quanto as chacinas na capital; Parelheiros, Jd. São Luiz e na região metropolitana; Osasco, Barueri e Guarulhos. Evidentemente são ações perpetradas por grupos de extermínio (policiais) com o consentimento do Estado (incluindo seu judiciário que só serve para legitimar as ações genocidas do mesmo, e de seu, nesse caso, aparelho repressivo), ou seja, da totalidade da sociedade que apoia essas ações.

A cidade dos Bandeirantes (que a história oficial louva, mas que na verdade não passaram de caçadores de seres humanos à serviço dos supremacistas brankkkos) é a cidade da Força Tática, ROTA, dos presídios que mais prendem, de manicômios, comunidades "terapêuticas", hospitais psiquiátricos, da intolerância aos migrantes e imigrantes, e também da intolerância aos homoafetivos (já houveram 21 mortes motivadas pela homofobia no país em 2016, sendo que o Brasil representa sozinho mais de 50% de todas as mortes do mundo motivadas pela homofobia em 2014). É a cidade que mais aposta no controle, que mais combate as lutas sociais, é a cidade modelo do projeto genocida nacional, este a base de sustentação do projeto nacional, de uma nação que trás o lema na bandeira; Ordem (hierarquia racial) e Progresso (genocídio do povo preto).

* Contra a redução da maioridade penal: Pelo fim de todas as instituições de internação de crianças e adolescentes e pela emediata implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

* Pelo fim do machismo

* Pelo fim da homofobia

* Pelo fim do racismo institucional: Implementação imediata da Lei 10.639/03 (obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira e africana nas escolas)

* Pela imediata desmilitarização da polícia/ Pelo fim da política de segurança pública vigente no país.

* Contra a xenofobia

* Contra o aprisionamento em massa : Fim dos presídios e imediata reparação de todos os presos políticos vítimas da política de drogas.

* Contra a criminalização das torcidas

* Contra a criminalização dos movimentos sociais

* Contra os manicômios: renúncia imediata do novo coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Valencius Wurch

* Pela demarcação das terras indígenas e quilombolas e não à PEC 215.

http://spqvcnaove.blogspot.com.br
https://www.facebook.com/contraogenocidiodopovopreto/?fref=photo
Forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com

FOTOS:























quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Divulgação: Ato SP Manicômio Genocida Contra a População Preta, Periférica!

LINK EVENTO NO FACEBOOK
https://www.facebook.com/events/214674728866621/

DIA 25/01/2016 - ATO: SAO PAULO MANICOMIO GENOCÍDA CONTRA A POPULAÇÃO PRETA PERIFERICA.

09H AS 15H - VENHA! CONTRA A DECADA DAS CHACINAS.

FAÇA SEU VIDEO DE COMPARECIMENTO! E DIVULGUE!
forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com.br

https://www.facebook.com/contraogenocidiodopovopreto/?fref=photo


LINK EVENTO NO FACEBOOK
https://www.facebook.com/events/214674728866621/


Forum de Hip Hop MSP junto com Comitê Contra o Genocidio Juventude Preta, Pobre e Periferica vem fazer a 3 edição do ATO em repudio Genocidio do Povo, Preto, pobre periferico:

"São Paulo Manicômio Genocida Contra a População, Preta e Periférica"

Em pleto dia 25 de janeiro dia do aniversário da cidade BANDEIRANTES, vamos para centro ocupar,denunciar nossas mazelas sociais escondidas e legitimas por esses governantes brankkkos.

Teremos intervenções com os 4 elementos do Hip Hop, intervenções danças tradicionais africanas e indigenas entre outras ações !

Encosta em peso, de punho cerrado e sem sorriso !!!


#ContraoGenocidiodoPovoPretoPobrePeriferico
#ContraoGenocidiodoPovoIndigena
#NoisPorNois
#manicomionuncamais #foravalencius


Videos Chamadas de artistas, militantes, enfim de quem irá comparecer!!!

Video1
https://www.facebook.com/francisco.egde/videos/1644229729177889/

Video2
https://www.facebook.com/aliado.uc/videos/952716428156158/


Video3
https://www.facebook.com/aliado.uc/videos/952931531467981/

Video4
https://www.facebook.com/marcos.renato.7169/videos/568954969934906/

Video5
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/195788217440191/

Video6
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/192467531105593/

Video7
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/195788130773533/

Video8
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/195788257440187/

Video9
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/193476877671325/


Video10
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/193475901004756/
Video11
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/193475841004762/


Video12
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/193475644338115/


Video13
https://www.facebook.com/515studio/videos/1009537492425847/


Video14
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/192468551105491/


Video15
https://www.facebook.com/marcos.renato.7169/videos/565982020232201/


Video16
https://www.facebook.com/andrerapperpirata/videos/192467531105593/

Video17
https://www.facebook.com/100001707205778/videos/993841770682720/


Video18
https://www.facebook.com/aliado.uc/videos/947450095349458/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Cine Gueto Itinerante - Casa Hip Hop de Mogi das Cruzes - 28/02/2015

Retrospectiva 2015
Texto por Marcos Favela

Ontem dia 28/02/15 a Casa do Hip Hop de Mogi das Cruzes foi palco do Cine Gueto Itinerante diretamente do Grajaú - Sp.
Com a exibição do Documentário "Quando Eu Me Chamar Saudade" , que relata a triste luta de um pai , que por acreditar na inocência de seu filho passou 27 dias atrás de provas e evidências , até provar que policiais assassinaram seu filho e um amigo sem motivos e ainda forjaram a cena do crime tentando incriminar os jovens.

O evento também contou com uma roda de conversas com o pessoal Contra o Genocídio do Povo Preto e Periférico , sobre vivências e experiências de abuso de poder por parte da polícia.

E não parou por ai não.
Pudemos nos deliciar com os salgados e cupcakes vegan , feitos pela Juliana Mutafi e Silas Ferrarini , da Laranja Lima Vegan , exposição de Zines e Informativos , além da presença do pessoal da CCM.

E é claro muito Rap Nacional com:
#RevoluçãoAntiSistema
Insurreição Cgpp
Única Chance
Marginal Gris
Marcos Favela
#ACENA
.
E um mostruário de roupas com:
VEDDAS - Vegetarianismo Ético, Defesa dos Direitos Animais e Sociedade
Villa Joya
#DjMCS






















sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Yago Ikeda - ato pela paz - Grajaú - 05/12/2015

A família do Yago chamou esse ato para ir a missa de 49 dias de sua morte e teve apoio de ativistas, jornalistas, artistas sendo a maioria rappers.
O ato contou com apoio de uma vitima da chacina de osasco de 13 agosto de 2015 e um representante da torcida pavilhão nove que falou da chacina do dia 18/04/2015 que ocorreu na quadra da torcida. 
Unica Chance, Conspira bdc, Relatos do Funeral e Michel fizeram as apresentações de Rap em apoio a família de Yago e em sua memória também.

Fotos CJ

Confira a chamada do ato...
Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica!
http://spqvcnaove.blogspot.com.br/2015/12/passeata-pela-paz-caso-yago-ikeda-grajau.html

Dia 05/12/2015 - Praça das Casas Bahia - Escola Carlos Ayres
Concentração das 15h as 18h30
Cortejo direto pra missa de 49 dias as 19h

Yago foi morto no dia 16/10/2015 por um Policial Militar à paisana que acertou 6 tiros distribuidos nas costas, na nuca e cabeça. O PM apresentou a versão de que Yago queria o assaltar, mas isso é mentira! O Yago, que tinha 16 anos e era estudante do 9º ano, voltava da casa de sua amiga apenas. Sua família e amigos estarão nesse ato pra lutar pela verdade e para que a justiça seja feita. 

O Yago foi assassinado covardemente por ser negro e residente da periferia. Sua vida não foi em vão, queremos justiça!

Basta de Racismo!

Compareça, divulgue e participe! 
Yago Araújo em memória
https://vimeo.com/148475190?ref=fb-share http://ponte.org/moradores-do-grajau-protestam-contra-morte-de-jovens-negrosclaudia-belfort/
http://periferiaemmovimento.com.br/49-dias-sem-yago-ikeda-foi-morto-por-ser-preto/