quinta-feira, 26 de novembro de 2020

AGYEI AKOTO - Nacionalismo Afrikano: Teoria e Prática de uma Educação Afrikano-Centrada (pdf)

NACIONALISMO AFRIKANO: 

TEORIA E PRÁTICA DE UMA EDUCAÇÃO AFRIKANO-CENTRADA

KWAME AGYEI AKOTO

O livro traduzido está disponível no link abaixo (arquivo pdf).

https://drive.google.com/file/d/1VcrgZxnAxkO5JT7hYgonFHud5iDZZGMo/view?usp=sharing

Por Fuca, Insurreição Cgpp.

arquivo pdf (aqui)





Apresentação da edição de 1992, por MARIMBA ANI 

As formulações conceituais de Agyei Akoto têm o benefício de seus mais de 20 anos de experiência como Pan-Afrikanista Nacionalista. Como resultado, finalmente temos uma declaração evidente do paradigma Nacionalista Afrikano. Neste trabalho, ele delineia evidentemente o processo e a estratégia de Construção da Nação [Nacionalismo Afrikano] e sua relação inextricável com a educação Afrikano-centrada. 

Numa altura em que o nosso diálogo é determinado pelas definições da academia europeia e pelos meios de comunicação controlados pelos europeus, a perspectiva de Akoto é revigorante e autenticamente enfocada no Povo Afrikano. 

É evidente que ele não está se dirigindo aos não-Afrikanos, nem é prejudicado pela dependência de concepções eurocêntricas. Ele escreve com autoridade e compromisso com o povo Afrikano, livre da ambivalência ideológica que tem atormentado os Afrikanos na diáspora e no continente por muitas décadas. 

Dra. MARIMBA ANI (Dona Richards) 
Autora de Let the Circle Be Unbroken
Professora no departamento de Estudos Pretos e Porto-riquenhos 
Hunter College (Faculdade Hunter)


Trecho do conteúdo.

(...) Alguns anos atrás, nas últimas semanas de setembro de 1989, o professor John H. Clarke transmitiu uma mensagem à Sociedade Ankobia, de Washington, D.C., dizendo que independentemente do que possamos empreender, “se não se trata da construção da nação [Afrikana], então não se trata de nada.” É uma declaração que pode ser tomada literalmente. 

A construção da nação (Nacionalismo Afrikano) é a aplicação consciente e focada dos recursos, energias e conhecimentos coletivos de nosso povo na tarefa de libertação, e de desenvolver o espaço físico e psíquico que identificarmos como nosso. Envolve o desenvolvimento de comportamentos, valores, linguagens, instituições e estruturas físicas que elucidem nossa história e cultura, que possam projetar e concretizar o presente e assegurar a futura identidade e independência da nação. 

A construção da nação (Nacionalismo Afrikano) é a projeção deliberada, intensamente dirigida, focada, e enérgica da cultura nacional e da identidade coletiva. A construção da nação (Nacionalismo Afrikano) é ocasionada pela geração e liberação de enormes quantidades de energia, não muito diferente de uma gravidez e um novo nascimento, ou de uma tempestade de primavera e o novo cultivo que se segue. 

Com qualquer uma das analogias, é fundamental que os termos e condições que ocasionam o surgimento dessa nova realidade sejam claros e inequívocos. Essas condições, termos e linguagem descritiva devem ser definidos pelos criadores dessa nova realidade. Essa nova realidade, para nós, é uma consciência nacional e cultural renovada. 

O surgimento desta nova consciência, esta realidade renovada e Afrikano-centrada, marca o renascimento da personalidade Afrikana e a revitalização da nacionalidade Afrikana. Isso é a construção da nação (Nacionalismo Afrikano). (...)



terça-feira, 10 de novembro de 2020

Trecho: “Assata Shakur Fala Em Exilio” - Sobre Tupac

Parenti: O que você acha da música do Tupac?

Assata Shakur: Eu acho que o Tupac é um génio. Eu amo sua música, mesmo quando eu não concordo com que ele está dizendo (...)

Quais seus pensamentos no seu contraditório papel enquanto filho do movimento e, por outro lado, um gangster Rapper?

Essa consciência contraditória de que você está falando está por todo o lado. Infelizmente, não é nada novo. Nas décadas de 60 e 70, pessoas como Huey Newton e Eldridge Cleaver, claramente exibiam aspectos de confusão e misturavam política revolucionária com ganguismo. A máquina destruidora de mente funciona a todo tempo, nos fazendo ansiar por poder e dinheiro, em vez de justiça. Nós todos fomos um pouco doutrinados. E confundidos. 
Eu não me importo com quem você é, Holliwood entrou na sua cabeça. O ato de ser livre tem muito a ver com se desdoutrinar. Eu ouço todos esses Rappers falando sobre se manter real e, ao mesmo tempo, eles estão vendendo grandes fantasias. Esses vídeos de Rap feitos em clubes chiques, cassinos, mansões alugadas, em volta de piscinas, iates alugados, aviões particulares alugados, helicópteros alugados. A maioria das pessoas no mundo do Rap mal está sobrevivendo.

Tupac foi uma exceção. Ele tinha apenas 25 anos quando morreu e uma das coisas que me deixa triste é que não havia nenhuma comunidade forte Africana de revolucionários para protege-lo e ajudar a educá-lo. Aqueles que o amavam fizeram tudo que podiam, mas eles estavam competindo com influências muito poderosas, sedutoras e negativas.

Enquanto um movimento, eu acho que devemos nos envolver mais em educar e apoiar os jovens.... 

“Assata Shakur Fala Em Exilio”. Assata Shakur: Escritos. Reaja: Brasília, 2016. (p.137)