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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ato - Zona Sul em Luta Contra a Redução da Maioridade Penal

No dia 08/07/2015 teve um ato Contra a Redução da Maioridade Penal na Praça Central de Parelheiros, extremo sul de São Paulo. Após a manobra do deputado Eduardo Cunha no 1º turno da votação da Pec 171/93, que ocorreu na madrugada do dia 02/07, conseguiu a aprovação da redução de 18 para 16 anos, coletivos de ativistas (mídia, teatro, música, etc) da região do Grajaú e Parelheiros se reuniram e tiraram esse ato. 

Foi um ato muito ligado ao trampo de base, ao olho no olho na troca de ideias, teve falas de militantes, fala de quem transitava pela praça, de quem voltava do trabalho, pois o microfone estava aberto para todxs que quisessem se manifestar.


Várias histórias de pessoas que já passaram e ainda passam veneno na vida, vários argumentos contra e favor da redução, assim seguiu o ato. Teve Rap, Poesia, Funk, oficina com papelão. Um evento importante, pois leva a discussão com a quebrada, na quebrada e a constatação que precisamos sempre dialogar mais com os nossos.

Contra a Redução da Maioridade Penal e o Aumento do Tempo de Internação na medida Socioeducativa.

Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica!

|Fotos do ato:
























sábado, 27 de junho de 2015

DENÚNCIA- Chacina em Parelheiros: Repressão à Manifestação e Prisões Arbitrárias

Denúncia feita pelo Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica sobre a chacina de parelheiros, que ocorreu no dia 15/04/2015. Foi enviado em forma de documento e protocolado na Secretária Municipal de Direitos Humanos. Foi feita a denúncia na Ouvidoria das Polícias, na Defensoria Pública, na Secretaria Geral do Conselho Nacional do Ministério Público, no Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GECEP), foi prestado depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e na Corregedoria da Policia Militar.


Em memória das vítimas e toda solidariedade pros familiares


São Paulo, 27 de Abril de 2015


Solicita-se providências ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GECEP) no sentido de apuração e acompanhamento dos fatos ocorridos no distrito de Parelheiros, onde seis pessoas foram assassinadas por disparos de armas de fogo na noite do dia 15 de abril de 2015, sendo que as pessoas responsáveis por cometer essas execuções não foram identificadas. Quatro vitimas morreram na Vila Roschel e no dia 16 de Abril de 2015, no período da manhã, os moradores tentaram organizar uma manifestação pacifica que consistia em bloquear a Estrada Engenheiro Marsilac na altura do número 2000. A manifestação teve inicio de forma tímida, em torno de vinte pessoas participavam do ato que foi reprimido com violência extremamente abusiva por parte da Policia Militar de São Paulo gerando atropelamento, espancamentos, apreensões e prisões de forma arbitrária.


Da Chacina:

Por volta das 21 horas, dois carros passaram pela Rua Alice Bastide e na altura do numero 29 abriram fogo contra duas pessoas, Wlisses Dias Junior, 35 anos, e Marcondes (vulgo Índio). Em seguida foram em direção à Rua Sônia e na altura do número 7 dispararam novamente na direção de mais duas pessoas, Renato Dias da Silva, 40 anos, e seu filho Wendel Costa Dias, 19 anos. Todas as vítimas sofreram disparos na cabeça e nas partes vitais do corpo, isso evidencia que os atiradores possuíam vasta experiência no manuseio de armas de fogo. Acredita-se que Policiais Militares organizados em Grupos de Extermínio estejam envolvidos nessas mortes, pois no mesmo dia o PM Leonilson Figueiredo Filho foi assassinado na porta de sua casa com sua própria arma quando saía de manhã para ir a um curso. A chacina teria sido uma vingança pela morte do PM, no sentido de expor uma retaliação pública à sociedade, mesmo que as vítimas não tivessem algum envolvimento com a morte do PM. Neste caso as provas materiais e testemunha ocular são muito difíceis de aparecer, mas foi encontrada, mesmo depois do trabalho da pericia, uma cápsula de ponto 40 ao lado do local do crime na Rua Sônia. Os atiradores utilizavam “toucas ninjas” no rosto, fato típico de quem age em grupos de extermínios com base em outros casos já noticiados anteriormente na imprensa.

As outras duas vitimas, Cleiton Moura da Silva, 21 anos, e Rodrigo da Silva Costa, foram mortas na Rua Fonte Nova, 29 e tem uma vítima que sobreviveu e está internada, que segundo relatos dos moradores essa pessoa estaria escoltada pela policia, fato que também precisa de apuração.


Do trabalho da pericia:

Ao comparecer nos locais dos crimes, além de encontrar uma cápsula de ponto 40 vimos um total descaso com as pessoas que foram assassinadas e seus familiares, pois a simples ação de deixar os instrumentos de trabalho, como por exemplo, luvas, no local crime evidencia um baita descaso. (fotos em anexo)


Da tentativa de fazer uma manifestação pacifica:

No dia 16 de Abril por volta das 11 horas, os moradores já se prepararam para fazer um ato em repúdio às mortes ocorridas na noite anterior. O ato de cunho pacifico foi impedido antes mesmo de começar, pois policias militares chegaram em sete viaturas, desceram com arma em punho no sentido de impedir a livre manifestação dos moradores, amigos e familiares das vítimas. Quatro viaturas permaneceram no local, numa distancia de 300 metros. Por volta das 13 horas os manifestantes iniciaram o bloqueio na Estrada Engenheiro Marsilac, porém conseguiram bloquear apenas uma faixa, pois tinha em torno de vinte pessoas. 

Então, os veículos ainda circulavam quando em menos de dez minutos juntaram novamente as sete viaturas e repentinamente eles adentraram a Rua Sônia, todos em alta velocidade, foi quando atropelaram um menino que estava de bicicleta. Foi quando fizeram diversas abordagens já espancando os moradores e foi quando levaram quatro pessoas pra delegacia sem motivação nenhuma. Ninguém quebrou nada, ninguém danificou nada e muito menos atirou. Essa repressão foi totalmente no sentido de calar a população perante uma conduta que há suspeitas de envolvimento de policiais. Conseguimos acompanhar uma das abordagens onde a vítima estava com a boca sangrando devido aos golpes dos PMs e com escoriações no pescoço e na nuca. As viaturas responsáveis por essa abordagem possuem o número de M-50110 e M-50002. (Conforme fotos em anexo). Pedimos apuração e a responsabilização imediata das pessoas envolvidas nessa brutal repressão.


Das prisões arbitrárias:

Como não pudemos acompanhar as prisões tivemos que comparecer noutro dia no bairro para saber das pessoas que foram levadas para a delegacia. As quatro pessoas foram liberadas no mesmo dia, após horas de canseira, pois os policiais alegaram que os manifestantes atearam fogo em ônibus na via e estavam aguardando a presença dos motoristas para fazerem a denúncia na delegacia. Obviamente, ninguém apareceu até porque não houve dano em patrimônio algum. Pedimos a punição dos policiais que tentaram fraudar uma situação para incriminar os manifestantes.


Do toque de recolher:

A frequência da ronda da policia na região aumentou causando um toque de recolher “implícito”, pois perante os fatos apresentados e a sensação de abandono (por parte do poder público) que essas pessoas sentem não se pode confiar na policia que faz a segurança do local. Os moradores relataram também a presença de carros estranhos que não passavam por ali antes, por exemplo, um uno bege. Os moradores foram orientados em anotar as placas dos carros que para eles parecerem suspeitos. É preciso um acompanhamento especial nessa região e até pensar em intervenções envolvendo diversas instituições do poder público em conjunto com movimentos sociais e a sociedade civil.

Atenciosamente,

Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica


Fotos: