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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

No cemitério Dom Bosco - Perus - SP

Contra o Genocídio do Povo Preto e Pobre da Periferia 2015

Não tiramos fotos do enterro, mas presenciamos só corpos de pessoas negras sendo enterrados como indigentes, alguns cadáveres em decomposição, outros costurados e outros corpos com um papelão fechando a região do peito, situação lamentável, caixões doados com o caldo escorrendo nos cantos, e um número só mais um número pro Estado. 


Da vala clandestina pra vala oficial de pessoas pretas e pobres enterradas como indigentes. Sendo vários desses corpos mortos pela policia e que não entram pras estatísticas! Assim se finaliza o ciclo da exclusão promovida pelo Estado genocida que dizima a população preta, pobre e periférica em nome da elite branca que dá risadas tendo seus privilégios intocáveis.

“...a indigência nos cemitérios é como a sobra da cidade. A grande maioria da população sequer participa da cidade legal. Suas habitações não são habitações reconhecidas. Seus nomes escapam aos cadastros e ao atendimento dos serviços públicos e privados melhor capacitados. A condição de subemprego retira esses cidadãos até mesmo do acesso aos auxílios-miséria – vales que substituem pedaços do salário com esmola para o transporte, para o leite e no final das contas para o sepultamento. 

Uma sepultura de indigentes nos cemitérios públicos participa da categoria dos auxílios sociais. É mais ou menos o que chamaríamos de vale-sepultamento.
O indigente é aquele cujo corpo chega ao cemitério, mesmo que levado pela família, com nome, endereço, historia e com direito a ser sepultado, mas com a diferença de ser levado por uma família sem recursos. A condição de indigente lhe será outorgada pela falta de condições de pagar pela sepultura.
Juntam-se a estes corpos que chegam do IML ou da Faculdade de Medicina e que não foram reclamados por ninguém, geralmente pela falta de identificação.
Mas como todos os auxílios-miséria, que existem na lei sem nunca chegar aos miseráveis, até nesse direito de sepultamento digno acaba violado quando se trata do indigente.

A lei violada, a cidadania é violada, os direitos humanos são violados, mas a sociedade não se dá conta porque as vitimas são pessoas que aparentemente já não contavam para a sociedade, embora em vida estivessem participando e produzindo, porque entendemos que esta é a natureza do ser humano...” Trecho do relatório CPI Perus/ Desaparecidos – 12/1992.

Saiba mais: http://noticias.r7.com/sao-paulo/indigentes-de-sao-paulo-sao-enterrados-nus-e-em-caixoes-abertos-03082015