quarta-feira, 6 de julho de 2016

Lançamento do Jornal Assata Shakur em São Paulo - 15/07/16

Lançamento do Jornal Assata Shakur, da Campanha Reaja, e debate Não Vote, Reaja, com Hamilton Borges.

Facebook: https://www.facebook.com/events/496287603896145/

"A Campanha Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta é uma articulação de movimentos, na palavra de um dos seus principais articuladores, Hamilton Borges, “Pan-Africanista, comunitária, quilombista e maloqueira.” A Reaja luta contra o racismo e a supremacia branca, evidenciando a brutalidade policial, a seletividade do sistema penal e outros tentáculos que fazem o genocídio do povo Preto uma política de Estado. 

Recentemente, a Reaja lançou a edição #1 do seu jornal, que é intitulado Assata Shakur. Foram realizados lançamentos do jornal na Bahia e no Rio de Janeiro, juntamente com lançamento da Campanha Não Vote, Reaja, que tem o objetivo de propagandear o boicote às eleições. A edição #0 foi lançada em fevereiro deste ano e pode ser lida aqui e a edição atual ainda não está disponível em versão digital.
Neste número, foram publicados um texto de Christen Smith sobre a Assata Shakur e que contém excertos do texto Uma Carta ao Papa, de 1998. Além desse texto, o jornal também conta com grande parte de outra carta da Assata, Carta de Assata do Complexo Industrial Prisional, traduzido por Gilza Marques
O jornal pode ser adquirido diretamente com articuladores ou articuladoras da Reaja na sua cidade. Para saber mais, acesse o endereço eletrônico e o facebook da Campanha".

Este encontro de lançamento, em São Paulo, está sendo organizado, de forma autonoma e autosuficiente, pelas organizações Pan-Africanistas: Reaja, Frente Negra do Grajau, Posse Haussa e UCPA (União dos Coletivos Pan-Africanistas).

sexta-feira, 3 de junho de 2016

terça-feira, 31 de maio de 2016

Roda de Conversa: Imigração, Refúgio na Diáspora

Roda de conversa sobre passo a passo e as dificuldades encontradas pelos Africanos no processo de imigração e refugio no Brasil.
Com:
-Lana Vitoriano Viera - Frente Negra de Grajaú
-Bárbara Cristina - Activista do Movimento Negro
-Alexandre Divua- Activsta Dos Direitos Humanos-Angola

Videos:

https://www.facebook.com/frentenegragrajau/videos/232570247125575/

https://www.facebook.com/frentenegragrajau/videos/232586377123962/

28/05/2016









segunda-feira, 2 de maio de 2016

Ato das Mães Mogianas: 02 anos sem Rafael Simão

Ato das Mães Mogianas: 02 anos sem Rafael Simão

Rafael Simão foi assassinado, friamente, por um comando de extermínio. E ele não foi a única vítima. Entre 21/11/2014 a 08/07/2015, só em Mogi, mais de 21 jovens foram brutalmente assassinados à bala e 12 ficaram feridos. Essas chacinas aconteceram nos bairros da Vila Natal, Vila Brasileira, Jundiapéba, Caputera, Jardim Universo, Vila Nova Galvão e Conjunto Bosque.

Em meio ao luto e uma dor imensa, nós, mães desses filhos assassinados, organizamos o grupo "As Mães Mogianas" para denunciar essas chacinas e para lutar por Justiça e punição aos criminosos.

Há fortes indícios e provas de participação de Policiais Militares nessas chacinas que , organizados em Grupos de Extermínio, agem de forma brutal e preconceituosa, assassinando a juventude pobre e negra que reside nas periferias.

Porque criamos o grupos "As Mães Mogianas" , porque não ficamos caladas, porque mostramos nossas caras em atos, em entrevistas na mídia e porque pressionamos o poder público, esses assassinatos ficaram visíveis para todo o Brasil e para mundo.

Dois policiais militares já estão presos no presidio militar "Romão Gomes". Tem mais gente envolvida nessas chacinas. Eles agem de forma fria, brutal e por motivo torpe executam jovens inocentes, alguns em plena luz do dia, pois contam com a impunidade.

Nós, "As Mães Mogianas", não nos calaremos enquanto o último criminoso não for preso. Exigimos justiça, exigimos prisão para esses assassinos que eliminam nossos filhos apenas por serem pobres, negros e da periferia.

Fim da impunidade!

Mães Mogianas
Comitê Contra o Genocídio do Povo Preto, Pobre e Periférico

Fotos:












terça-feira, 19 de abril de 2016

Ato de 1 ano da Chacina na torcida Pavilhão 9

Ato de 1 ano da Chacina na torcida Pavilhão 9
Praça da Sé - Sp - 18/04/2016
Foto Fuca

PAVILHÃO NOVE EM ATO RAP DE UM ANO CONTRA OS CRIMES DA CHACINA DO DIA 18 DE ABRIL DE 2015.
Texto Rapper Pirata


Ontem segunda feira, 18/04/2016, na Praça da Sé da cidade de São Paulo, em frente a igreja foi colocado um carro de som e diversas faixas Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica em protesto contra as falhas na apuração dos crimes ocorrido na quadra da torcida Pavilhão Nove, que era localizada debaixo da Ponte Vila do Remédios. Lá houve oito assassinatos de oitos torcedores: esse ação fora causada por funcionário público que atuam na policia militar do estado de São Paulo.
Nessa segunda se fez um ano da chacina que policiais estão sendo inocentados pelo promotor Zagallo que defende as instituição do estado, mas ignora que eles são réus e deixa as familias que são as vitimas o gosto de injustiça em sua garganta.

A Torcida Pavilhão Nove junto com o Forum Hip Hop MSP. Comite Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica , grupo Tortura Nunca Mais junto com os familiares realizaram um protesto que durou quatro horas na busca de justiça.

Houveram alem da falas de protesto, hinos e apresentação de diversos grupos de rap que formam o Forum quanto ao movimento hip hop da cidade de São Paulo.


forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com.br



















segunda-feira, 4 de abril de 2016

Mês do Hip Hop 2016: oportunidade de falar do nosso povo Africano

É inegável a importância que o Mês do Hip Hop, mais uma vez, tem no processo de Educação de crianças, adolescentes e jovens, e também na formação de novos artistas de luta trazendo à tona novamente a questão do povo preto, desta vez discutindo a Diáspora Africana e a Lei 10639/03. Ter a oportunidade de aprender e falar sobre meu povo através da cultura é o que me impulsiona a escrever esse texto.

Por FUCA (Insurreição CGPP)


Falar de Hip Hop nos seus quatro elementos e desconsiderar o povo preto, é simplesmente fazer por fazer e ter um desconhecimento da história do Hip Hop. Não me espantaria em dizer que muito dessa essência tem se perdido no movimento, até porque vivemos num país totalmente RACISTA onde vigora o genocídio.

Ao falar de Genocídio do Povo Preto e de Brasil, temos que falar do projeto de nação republicana que no início do século passado se iniciou visando e consolidando a exclusão dos negros nesse processo. Então após o “fim da escravidão” o que seria o momento do Negro no trabalho livre, o fluxo de imigrantes vindos da Europa aumentou de forma exacerbada com o intuito nítido de se ter um modelo de trabalhador padrão (branco/europeu), e se existe quem seja contra qualquer tipo de política afirmativa para negros, nessa época esses imigrantes brancos tiveram todo o auxilio desse país. O objetivo de branqueamento da população esteve escancarado nesse período e se mantém até hoje. Os pontos de exclusão (periferia / favela) ainda existem e é onde o Estado não chega e quando vem é a através da repressão policial, é nessa área dos excluídos que se é legitimo torturar, matar, chacinar e ainda desaparecer com os corpos.

Ao falar de Genocídio do Povo Preto e de Brasil, temos que falar do período de colonização e de coisificação do nosso povo (quase quatro séculos), que apesar de toda atrocidade dos brancos que sequestraram, estupraram, acabaram com nossos laços familiares, nossa cultura, nossa religião, o povo preto tem um histórico riquíssimo em resistência às opressões dos brancos, seja através de revoltas, insurreições e a capacidade de constituir QUILOMBOS, a exemplo da primeira republica afrikana, Quilombo dos Palmares, que venceu diversas batalhas contra os europeus.

Mas para além disso, temos que contar a história do Continente Africano como os primeiros seres humanos a habitarem a terra, a África o Berço da Humanidade com vasta contribuição ao desenvolvimento humano. A vida do nosso povo não começou em 1500, muito
pelo contrário, de 1500 pra cá é um período curto de nossa história para nos condicionar a escravos.

Como que não devo escrever sobre a oportunidade de falar da história do meu povo onde o ocidente insistiu e insiste em ocultar e/ou falsificar quem somos?

“... os países da diáspora negaram, mutilaram e falsificaram a história dos africanos e de seus descendentes, fazendo-os aparecer geralmente como objetos e raramente como sujeitos da ação humana do tempo. Omitiram a participação dos negros na construção das economias, culturas, identidades e transformações políticas desses países. Atribuíram a luta pela abolição da escravatura aos humanistas brancos e não aos protagonistas negros.” (Kabengele Munanga).

A lei 10639/03 torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, mas passados 13 anos ainda percebemos resistência pra implementar de fato esses ensinos, até mesmo um dos pontos é a falta de difusão de escritores de autores e cientistas pretos ou pretas. Difusão de quem estudou e pesquisou sobre a verdadeira história da África e de seus avanços pirateados pelos europeus, (os gregos estudaram por um longo período no Egito Antigo, (KEMET, terra dos homens pretos)). Os europeus são plagiadores, falsificaram a história e a ciência a nos impor algo vindo da Europa como universal.

“O que estou dizendo é que eles tinham que vir para a África e estudar com os sábios do antigo Egito, que eram negros, para ter condições de aprender medicina, matemática, geometria, arte e assim por diante. Isso aconteceu muito antes da existência de qualquer civilização.” (Molefi Kete Assante).

Então o Hip Hop vem fazer esse papel importante e crucial para nossa educação, pra que visemos reverter esse processo de genocídio que é estruturado pelo racismo, para que atinjamos a nossa autoestima e a dos alunos ao saber um pouco da verdadeira história de seu povo e para que busque reabilitar o nosso ser individual e a emancipação como um povo descendente de Africanos.

Se liga nesses pontos:
“- A África foi o berço da humanidade.
- A maior parte da história humana se desenvolveu nesse continente
- Os primeiros seres humanos foram africanos de pele negra que se espalharam por outras partes do mundo, em várias ondas migratórias.
- Os seres humanos de hoje pertencem a uma só espécie cuja ancestralidade comum é negra e africana.
- As “raças” humanas de hoje são todas descendentes de africanos de pele negra e entre elas não há grandes diferenças genéticas.
- Durante a maior parte da história humana a África foi o berço dos mais importantes avanços tecnológicos e científicos./ povos africanos de pele negra foram os autores desses avanços.” (Elisa Larkin Nascimento).

Enfim, que ao longo do tempo possamos criar mais mecanismos pra adentrarmos de fato nesses espaços, assim como na rua, (a rua é a essência do Hip Hop) e poder demonstrar esses pontos citados acima extraídos do suplemento didático “O tempo dos Povos africanos”. Não temer em falar de nosso povo, muitos querem atribuir esse conteúdo como algo segregacionista ou excludente sendo isso totalmente ao contrário, é em busca de justiça social e da autenticidade histórica, que reflete no interno da pessoa, nas relações interpessoais e tudo mais. E outra, o debate sempre foi racializado nos colocando como inferiores, como quem não tem capacidade de produzir conhecimento, tecnologia e civilização...racializaram desde os testes de pureza do sangue para assumir cargos em igreja, no Estado, etc. segregação em espaços públicos e tudo mais. Vamos falar de África sim, esse é o caminho e sigamos, com muito Rap, Break, Discotecagem e Grafite.