Ontem dia 22/03/2015 ocorreu a Procissão das Mães em homenagem ao jovem Rogério Luis dos Santos de 20 anos. Por volta das 18h30 iniciou-se o trajeto até a igreja da paz (Paróquia nossa senhora da paz na baixada do Glicério) onde ocorreu a missa de sétimo dia. Aproximadamente 150 pessoas compareceram fazendo uma marcha pacifica, apesar da pm cercar e fazer a ronda com armas em punho.
Rogério foi executado pela policia militar de São Paulo dentro de sua casa. O caso foi registrado e noticiado como se tivesse ocorrido troca de tiros, mas Rogério estava desarmado.
Mais um absurdo dessa pm que serve pra matar preto, pobre e periférico, e pra sondar as famílias com intuito de coibi-las.
Que a família tenha força para superar essa perda e tenha força pra lutar. Que a verdade seja dita.
Em Sp assim como no Brasil o luto nas periferias é diário e o genocídio é consolidado.
Um blog sobre os pensamentos e ações do grupo de rap Insurreição CGPP. Aqui se encontram os textos produzidos, notícias do grupo, letras de rap, clipes e traduções. Além de indicações de leituras, notas e trechos de textos literários, acadêmicos, políticos e de rap. Membro atual: Fuca
segunda-feira, 23 de março de 2015
sexta-feira, 13 de março de 2015
Proposta de GT na Comissão da Verdade "Mães de Maio"
No dia 12/03/2015 foi feita a proposta na reunião do conselho deliberativo da Comissão da Verdade Mães de Maio para que diversos movimentos trabalhem em conjunto nos eixos apresentados e seus sub-tópicos, podendo assim pautar na pesquisa e no relatório o racismo como elemento base e transversal.
COMITÊ CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE PRETA, POBRE E PERIFÉRICA
COMITÊ CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE PRETA, POBRE E PERIFÉRICA
COMISSÃO DA VERDADE "MÃES DE MAIO"
Proposta:
O acúmulo dos trabalhos do Comitê até fins de 2012 culminou em 11
pontos, são eles; Encarceramento em Massa, Procedimentos em Hospitais que
Recebem Feridos em Confronto, Indenizações e apoio a Familiares e Vítimas
Fatais ou Não, Apurações de
Funcionamento de grupos de Extermínio, Acesso a Informações e Produção de
Dados, Elucidações das Chacinas e Mortes e Punições Aos Possíveis Policiais
Envolvidos, Comissão Mista Para Desenvolver Propostas Para a Redução da
Letalidade, A Retirada dos Autos de Resistência, Garantia de Segurança para
Denúncia, Autonomia do IML, Autonomia e Fortalecimento da Ouvidoria de Polícia.
Em fins de 2014 começou-se a discussão sobre a atualização dos pontos,
supra, e no ato de 25 de janeiro de 2015 aprovamos a "soma" dos
pontos em dois eixos; violência policial e encarceramento em massa.
Apresentamos neste mesmo ato um panfleto com os dizeres; "Fim da Polícia e
Fim dos Presídios".
Com isso propomos um GT conjunto com as demais organizações onde
possamos a partir desses dois eixos trabalhar não só aspectos dos antigos 11
pontos mas também demais questões caras ao Comitê como Redução da Maioridade
Penal e Fundação Casa.
Esperamos de nossa parte, que seja a oportunidade de pela primeira vez
poder explicar esses eixos também pelo fenômeno do racismo, categoria essa
marginal nas análises sobre o tema, garantir um relatório sem os preconceitos
comuns a todos até agora onde esforça-se para humanizar a vida daqueles que
foram mortos não pela humanidade inerente a eles, mas sim pela afirmação de que
aquela pessoa não praticou ato "ilícito".
O preconceito acima citado nada mais é do que a mais pura expressão do
racismo no seu significado ideológico que atribui no corpo biológico um padrão
social "desviante", e essa afirmação serve de base para o
reconhecimento de que esse fenômeno complexo é "uma programação social e
ideológica a qual todos estão submetidos" nos dizeres da Bióloga Fernanda
Lopes.
Alguns Pressupostos
* Não procedemos ruptura com o fenômeno ideológico do racismo. Esse dado
permite a afirmação de que ele evoluiu junto com a sociedade, se revitalizou
com as conjunturas históricas e segue fabricando e multiplicando
vulnerabilidades. Ou seja, "a dicotomia racial branco versus preto que
alicerçou a ordem escravocrata por três séculos" é atual "e persiste
ativa na atualidade, resistindo à urbanização, à industrialização, às mudanças
[no] regime político".
* Além dos privilégios relacionados a classe em nossa sociedade temos
privilégios relacionados a "raça" tanto na relação com o Estado como
na relação com os demais grupos sociais que procedem essas relações de
privilégios no plano intersubjetivo.
* A naturalização do quadro atual permite o discurso vigente de que o
racismo produz uma hierarquia social que só diz respeito ao negro com seu
"passado inequívoco e sem continuidade nos dias atuais".
Ponto a se retomar:
* Sugestão de alteração na composição dos gts quando ao coordenador:
Proporemos que o pesquisador professor doutor não seja selecionado via edital
mas sim indicado pelos membros dos gts constituídos.
Foto durante reunião da comissão - por Rafael Mellin |
sábado, 7 de março de 2015
Luan Pereira Felix - Presente
Via Contra o Genocídio do Povo Preto
Hoje, 06/03/2015, faz um ano que o ainda adolescente Luan foi executado pela policia militar na zona leste de SP. Após suspeita de roubo Luan fugiu, entrou no estabelecimento do seu pai e se rendeu, tirou a camiseta para mostrar que estava desarmado, mas mesmo assim o Soldado Elton da Silva Bezerra e o policial Edson José Cremonesi Junior ordenaram para que todos saíssem do local e executaram o Luan com três tiros.
Hoje, 06/03/2015, faz um ano que o ainda adolescente Luan foi executado pela policia militar na zona leste de SP. Após suspeita de roubo Luan fugiu, entrou no estabelecimento do seu pai e se rendeu, tirou a camiseta para mostrar que estava desarmado, mas mesmo assim o Soldado Elton da Silva Bezerra e o policial Edson José Cremonesi Junior ordenaram para que todos saíssem do local e executaram o Luan com três tiros.
Os PMS alegaram que houve confronto, mas Luan estava
desarmado. Esperaram mais de 40 minutos para prestar socorro, plantaram um
revolver Taurus calibre 38 no local, além do mais os PMS dispensaram a SAMU
(que compareceu no local) e levaram o Luan pro Hospital Municipal de São Mateus
na própria viatura da PM, contrariando o teor da resolução SSP 05/2013, lá Luan
apareceu com mais uma perfuração de tiro.
A direção dos tiros, que foram de cima pra baixo, aponta que
realmente ele estava rendido. Só um lado da loja teve marcas de tiros, ou seja, grandes indícios de
execução.
Após um ano o inquérito policial não foi finalizado, as
testemunhas não foram intimadas, e a família continua sem auxilio. Na época foi
feita a denúncia na ouvidoria da policia também.
No dia 10 de março de 2015, se estivesse vivo, Luan
completaria 17 anos, sua família sente muito sua falta. Luan está na memória!
Que apareça a verdade! Que condenem os homicidas de farda!
Estamos de Luto! Estamos na Luta!
Assinar:
Postagens (Atom)