(Projeto de introdução do álbum volume 2, Insurreição cgpp)
Iae preto, iae preta, que vive nas quebradas desse brasil,
essa nação genocida, que visou e visa nossa aniquilação e dizimação, por vários
métodos, diretos e indiretos, fisicamente, espiritualmente, mentalmente, pelo
sistema educacional racista, pela mídia burguesa, pelas religiões do dominador
com seu cristianismo, com sua burocracia institucional da política que funciona
para manter nóis fora do poder, longe da tomada de decisão, distante da
transformação revolucionária, que tem seu braço militar e todo aparato policial
para resguardar as desigualdades raciais e sociais... que desde a época da
escravidão vem matando o povo preto e encarcerando e torturando os nossos.
Ainda quando vivos, ainda sobrevivemos em situações de
privações, pois nos foi tomada a terra, não temos terra, não detemos os meios
de produção em nada nesse pais, assim ficamos dependendo dos opressores
genocidas para sobreviver.
Então, se a elite branca ainda detém poder de vida e morte
sobre nós, nada está bem e muito precisamos trabalhar entre os nossos, numa
perspectiva revolucionária. Ou seja, de romper com a nação branca/burguesa - a
história mostra que o mundo que os brancos reservou pra nóis foi um mundo de
destruição - sendo assim é necessário construir uma outra nação a partir do
nosso controle, abordando as questões de classe e gênero, e o resgate de nossos
valores ancestrais positivos. O Povo Preto no Poder. Orgulho de nossa
ancestralidade africana. Para conseguir ter paz entre nós e pelo bem-viver.
Isso pode começar hoje, numa escala menor, num grupo menor,
mas a base deverá ser sólida pra no momento certo ocorrer a tomada de poder. Onde
que somos maioria devemos buscar dominar esses territórios, e visar sempre
quebrar a lógica racista e capitalista onde dominarmos.
Nossa arte, nossa educação e nosso trabalho deve seguir esse
destino. Na escala dessa humilde arte, nos prestamos a isso.! Abandone os
estereótipos que o sistema projetou pra nós, dizendo que somos preguiçosos,
burros, vagabundos, criminosos, eternos muleques, irresponsáveis, maiores
cachaceiros, os mais drogados, inferiores e fadados a pobreza... por outro lado
não podemos cair na armadilha da falsa sensação de progresso através do
consumismo desenfreado de produtos bem mais caros além do que vale e
enriquecendo justamente os opressores... são várias fitas, mas o rap é escola é
tá aí pra blindar mentes. Pois precisamos formar nossos Quilombos!
Isso é então um pouco de nossa forma de... Insurreição
Contra o Genocídio do Povo Preto.