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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Audiência Pública em Itaquaquecetuba - 05/08/2015.

A audiência ocorreu no dia 05/08/2015 na câmara municipal de Itaquaquecetuba. Teve a presença e os relatos das vítimas, amigos e familiares das vítimas sobre a questão da violência policial, sobretudo as mortes cometidas por policiais nas "resistências seguida de morte" e também ataques de grupos de extermínio. Audiência puxada pelo Condepe e contou com a presença dos vereadores da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, com a Ouvidoria das policias e com o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica!

Fotos:






sábado, 27 de junho de 2015

DENÚNCIA- Chacina em Parelheiros: Repressão à Manifestação e Prisões Arbitrárias

Denúncia feita pelo Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica sobre a chacina de parelheiros, que ocorreu no dia 15/04/2015. Foi enviado em forma de documento e protocolado na Secretária Municipal de Direitos Humanos. Foi feita a denúncia na Ouvidoria das Polícias, na Defensoria Pública, na Secretaria Geral do Conselho Nacional do Ministério Público, no Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GECEP), foi prestado depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e na Corregedoria da Policia Militar.


Em memória das vítimas e toda solidariedade pros familiares


São Paulo, 27 de Abril de 2015


Solicita-se providências ao Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial (GECEP) no sentido de apuração e acompanhamento dos fatos ocorridos no distrito de Parelheiros, onde seis pessoas foram assassinadas por disparos de armas de fogo na noite do dia 15 de abril de 2015, sendo que as pessoas responsáveis por cometer essas execuções não foram identificadas. Quatro vitimas morreram na Vila Roschel e no dia 16 de Abril de 2015, no período da manhã, os moradores tentaram organizar uma manifestação pacifica que consistia em bloquear a Estrada Engenheiro Marsilac na altura do número 2000. A manifestação teve inicio de forma tímida, em torno de vinte pessoas participavam do ato que foi reprimido com violência extremamente abusiva por parte da Policia Militar de São Paulo gerando atropelamento, espancamentos, apreensões e prisões de forma arbitrária.


Da Chacina:

Por volta das 21 horas, dois carros passaram pela Rua Alice Bastide e na altura do numero 29 abriram fogo contra duas pessoas, Wlisses Dias Junior, 35 anos, e Marcondes (vulgo Índio). Em seguida foram em direção à Rua Sônia e na altura do número 7 dispararam novamente na direção de mais duas pessoas, Renato Dias da Silva, 40 anos, e seu filho Wendel Costa Dias, 19 anos. Todas as vítimas sofreram disparos na cabeça e nas partes vitais do corpo, isso evidencia que os atiradores possuíam vasta experiência no manuseio de armas de fogo. Acredita-se que Policiais Militares organizados em Grupos de Extermínio estejam envolvidos nessas mortes, pois no mesmo dia o PM Leonilson Figueiredo Filho foi assassinado na porta de sua casa com sua própria arma quando saía de manhã para ir a um curso. A chacina teria sido uma vingança pela morte do PM, no sentido de expor uma retaliação pública à sociedade, mesmo que as vítimas não tivessem algum envolvimento com a morte do PM. Neste caso as provas materiais e testemunha ocular são muito difíceis de aparecer, mas foi encontrada, mesmo depois do trabalho da pericia, uma cápsula de ponto 40 ao lado do local do crime na Rua Sônia. Os atiradores utilizavam “toucas ninjas” no rosto, fato típico de quem age em grupos de extermínios com base em outros casos já noticiados anteriormente na imprensa.

As outras duas vitimas, Cleiton Moura da Silva, 21 anos, e Rodrigo da Silva Costa, foram mortas na Rua Fonte Nova, 29 e tem uma vítima que sobreviveu e está internada, que segundo relatos dos moradores essa pessoa estaria escoltada pela policia, fato que também precisa de apuração.


Do trabalho da pericia:

Ao comparecer nos locais dos crimes, além de encontrar uma cápsula de ponto 40 vimos um total descaso com as pessoas que foram assassinadas e seus familiares, pois a simples ação de deixar os instrumentos de trabalho, como por exemplo, luvas, no local crime evidencia um baita descaso. (fotos em anexo)


Da tentativa de fazer uma manifestação pacifica:

No dia 16 de Abril por volta das 11 horas, os moradores já se prepararam para fazer um ato em repúdio às mortes ocorridas na noite anterior. O ato de cunho pacifico foi impedido antes mesmo de começar, pois policias militares chegaram em sete viaturas, desceram com arma em punho no sentido de impedir a livre manifestação dos moradores, amigos e familiares das vítimas. Quatro viaturas permaneceram no local, numa distancia de 300 metros. Por volta das 13 horas os manifestantes iniciaram o bloqueio na Estrada Engenheiro Marsilac, porém conseguiram bloquear apenas uma faixa, pois tinha em torno de vinte pessoas. 

Então, os veículos ainda circulavam quando em menos de dez minutos juntaram novamente as sete viaturas e repentinamente eles adentraram a Rua Sônia, todos em alta velocidade, foi quando atropelaram um menino que estava de bicicleta. Foi quando fizeram diversas abordagens já espancando os moradores e foi quando levaram quatro pessoas pra delegacia sem motivação nenhuma. Ninguém quebrou nada, ninguém danificou nada e muito menos atirou. Essa repressão foi totalmente no sentido de calar a população perante uma conduta que há suspeitas de envolvimento de policiais. Conseguimos acompanhar uma das abordagens onde a vítima estava com a boca sangrando devido aos golpes dos PMs e com escoriações no pescoço e na nuca. As viaturas responsáveis por essa abordagem possuem o número de M-50110 e M-50002. (Conforme fotos em anexo). Pedimos apuração e a responsabilização imediata das pessoas envolvidas nessa brutal repressão.


Das prisões arbitrárias:

Como não pudemos acompanhar as prisões tivemos que comparecer noutro dia no bairro para saber das pessoas que foram levadas para a delegacia. As quatro pessoas foram liberadas no mesmo dia, após horas de canseira, pois os policiais alegaram que os manifestantes atearam fogo em ônibus na via e estavam aguardando a presença dos motoristas para fazerem a denúncia na delegacia. Obviamente, ninguém apareceu até porque não houve dano em patrimônio algum. Pedimos a punição dos policiais que tentaram fraudar uma situação para incriminar os manifestantes.


Do toque de recolher:

A frequência da ronda da policia na região aumentou causando um toque de recolher “implícito”, pois perante os fatos apresentados e a sensação de abandono (por parte do poder público) que essas pessoas sentem não se pode confiar na policia que faz a segurança do local. Os moradores relataram também a presença de carros estranhos que não passavam por ali antes, por exemplo, um uno bege. Os moradores foram orientados em anotar as placas dos carros que para eles parecerem suspeitos. É preciso um acompanhamento especial nessa região e até pensar em intervenções envolvendo diversas instituições do poder público em conjunto com movimentos sociais e a sociedade civil.

Atenciosamente,

Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica


Fotos:























sábado, 22 de novembro de 2014

Insurreição CGPP - Voz de Mãe


Letra
Meu nome é Maria eis aqui minha palavra
meu corpo agora treme e meu coração trava
Peço por favor não repare se eu chorar
Lágrima vem pesada é difícil segurar
Quem tava no meu colo e dormia do meu lado
Hoje vi dormindo cheio de furo e costurado
com um ente assinei o caixão pra sepultar
e já me perguntou como eu iria lhe pagar. 
momento tão difícil eu me sinto mais sozinha
Não consegui vencer sendo ajudante de cozinha
Pra ver meu único filho aos 15 anos morto
Devia seguir o safado que decretou o seu aborto
Não o vi jogando bola, nem fui na sua reunião
estava servindo mesa ouvindo merda do patrão
Na fila do busão uma mãe negra que chora
as 04:15 da manhã os passageiro me consola

(refrão) Quero o meu filho de volta
Me ajude
Quero o meu filho de volta
Me escute
Quero o meu filho de volta
Mas não volta, ele foi julgado e morto pela rota

é só quem é mãe sabe mesmo como dói
não o verme que matou meu filho, faz quadrinho de herói
que na delegacia me viu sem rumo, deu risada
ah como eu queria matar o porco na facada
minha vida vale menos é o que tá comprovado
vejo tanta gente mas ninguém tá do meu lado
vieram me falar que deus ele é fiel
mas queriam que eu doasse o dinheiro do aluguel
Olho seu lado da cama me bate um desespero
o sonho não existe a vida é o pesadelo
abraço o travesseiro e fico a pensar
não pude dá o melhor e ele foi roubar
Momento desgostoso a saudade mais aperta
na euforia da noticia no cidade alerta
Tô ficando louca o que fizeram com minha vida
o patrão me viu chorando e hoje eu fui demitida.

(refrão) Quero o meu filho de volta
Me ajude
Quero o meu filho de volta
Me escute
Quero o meu filho de volta

Mas não volta ele foi julgado e morto pela rota


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Ato em memória dos 22 anos do Massacre do Carandiru

    
São Paulo, 02 de outubro de 2014

   
Ato em memória dos 22 anos do Massacre do Carandiru
No Brasil os direitos humanos são violados em diversos poderes, estruturas e instituições, a população precisa repudiar ativamente essa política genocida contra a população preta, pobre e periférica, exigindo que apareçam os responsáveis do Massacre do Carandiru. É preciso que TODOS os envolvidos sejam de fato punidos, muito sangue foi derramado, muitos tiros foram disparados, e sabemos quem matou e quem morreu. De acordo com a divulgação oficial foram 111 aprisionados assassinados pela policia que invadiu o Pavilhão 9 com metralhadoras, fuzis e pistolas automáticas. Das 111 vítimas 89 ainda estavam aguardando uma sentença definitiva, 51 não tinham completado 25 anos e só 9 tinham pena acima de 20 anos. O pavilhão 9 era especifico para réus primários com muitos jovens condenados por crime contra o patrimônio.
Passaram-se 22 anos e ninguém está preso, na época não foi movida sequer uma punição administrativa disciplinar contra os policiais, esse ano o julgamento ocorreu e eles foram condenados, mas ainda estão livres gozando de aposentadoria, e de promoções de cargos. Não temos uma “autoridade” responsável por essa ação, o que temos é a continuidade do plano de extermínio do Estado de São Paulo nas periferias contra a juventude preta.
Não existe pena de morte no Brasil, mas ela é decretada sumariamente pelo Estado. Precisamos de um plano de segurança pública, vindo de todas as instâncias do Estado brasileiro, que não tenha como principais eixos a ainda maior militarização da sociedade, a repressão, o encarceramento em massa e execuções da juventude preta, pobre e periférica.
120 policiais foram acusados, 84 por homicídios qualificados e 32 por provocar lesões corporais, sendo que este último já prescreveu. O Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica jamais aceitará essa impunidade dos mandantes e dos que executaram o massacre, ninguém deve aceitar essa ação como se nada de errado tivesse acontecido. Pela prisão dos condenados e pela indenização das famílias vitimadas.

- Segue a lista com nomes dos policiais acusados e IMPUNES:

Carlos Alberto dos Santos – Carlos Alberto Siqueira – Haroldo Wilson de Mello – Luiz Antonio Alves – Marcelo Gonzales Marques – Pedro Laio Morais Ribeiro – Roberto Alberto da Silva – Roberto Alves de Paiva – Roberto do Carmo Filho – Valter Ribeiro da Silva – Zaqueu Teixeira – Eno Aparecido Carvalho Leite – Marcos Antonio de Medeiros – Sandro Francisco de Oliveira – Valquimar Souza Gomes – Antonio Aparecido Roberto Gonçalves – José Luiz Raymundo – Roberto Yoshio Yoshikado – Antonio Luiz Aparecido Marangoni – Joel Cantilio Dias – Marcelo de Oliveira Cardoso – José Carlos do Prado – Fernando Trindade – Edson Pereira Campos – Armando da Silva Moreira – Mauro Gomes de Oliveira – Algemiro Cândido – Walmir Correa Leite – Cirineu Carlos Letang Silva – Wanderley Mascarenhas de Souza – Valmir Carrascoza – Sidnei Serafim dos Anjos – Luiz Nakaharada – Valter Alves de Mendonça – Ronaldo Ribeiro dos Santos – Arivaldo Sérgio Salgado – Aércio Dornelas Santos – Salvador Modesto Madia – Eduardo Espósito – Maurício Marchese Rodrigues – Luiz Antonio Alves Tavares – Wlandekis Antonio Candido Silva – Pedro Paulo de Oliveira Marques – Carlos do Carmo Brígido Silva – Celso Machado Cavalcante – Gervásio Pereira dos Santos Filho – Reginaldo Honda – Silvio Nascimento Sabino – Raphael Rodrigues Pontes – Antonio mauro Scarpa – Osvaldo P. – Alex Morello Fernandes – Benjamin Yoshida de Souza – Flavio Z. Haensel – Marcos H. – Marcos do Nascimento Pina – Jeferson Ferreira dos Santos – Cleginaldo Roberto da Silva – José Roberto de Jesus – Julio Cesar Azevedo – Leandro de J. Menezes – Marcos Antonio Santos Ferreira – Ítalo Del Nero Junior – Hercules A. – Wilson Brandão Parreira Filho – Antonio Chiari – Edson Faroro – José Luiz Soares Continho – Armando Rafael de Araújo – Gerson dos Santos Rezende – Raul de Mendenço Junior – Cleudir F. Nardo – Raimundo Silva Filho – Marcos Cabral Marinho de Moura – Sérgio de Souza Merlo – Luiz Carlos Pereira Martins – Eder Franco D’avila – Nivaldo Cesar restivo – Hideo Augusto Dendini – Carlos Botelho Lourenço – Alexandre Atala Bondezan – Conrado Milton Zácara Junior – Marcio Streifinger – Raul Santo de oliveira – Luiz Roberto Miranda Junior – Silvio Roberto Villar Dias – Rogério Ramos Batista – Ernesto Puglia Neto – Cláudio Cesar de Oliveira – Leandro Pavani Agostini – Fernando César Lorencini – Jackson Dorta de Toledo – Arnaldo Fernandes Ribeiro – Alcenor Carlos Carvalho Rocha – João Rafael de Oliveira Filho – Jose Roberto Saldanha – Silvio de Sá Dantas – Douglas Martins Barbosa – José Carlos Ferreira – Aparecido Jose da Silva – Jair Aparecido Dias dos Santos – Ariovaldo dos Santos Cruz – Paulo E. de Melo – Martin C. Lopes – Paulo Eduardo Farias – Tarcisio pereira – Marcelo José de L. – Josenildo Rodrigues Liberal – Sergio C. Leite – Marcos Ricardo P. – Luiz Augusto g. – Silvério Benjamin da Silva – Elder T. – Walter Tadeu Andrade de Assis – Martin heber Frederico Junior – Roberto L. Soares Penna – Luciano W. Bonani – Salvador S.

- Lista das vítimas do Massacre do Carandiru:

Adalberto Oliveira dos Santos; Adão Luiz Ferreira de Aquino; Adelson Pereira de Araujo; Alex Rogério de Araujo; Alexandre Nunes Machado da Silva; Almir Jean Soares; Antonio Alves dos Santos; Antonio da Silva Souza; Antonio Luiz Pereira; Antonio Quirino da Silva; Carlos Almirante Borges da Silva; Carlos Antonio Silvano Santos; Carlos Cesar de Souza; Claudemir Marques; Claudio do Nascimento da Silva; Claudio José de Carvalho; Cosmo Alberto dos Santos; Daniel Roque Pires; Dimas Geraldo dos Santos; Douglas Edson de Brito; Edivaldo Joaquim de Almeida; Elias Oliveira Costa; Elias Palmiciano; Emerson Marcelo de Pontes; Erivaldo da Silva Ribeiro; Estefano Mard da Silva Prudente; Fabio Rogério dos Santos; Francisco Antonio dos Santos; Francisco Ferreira dos Santos; Francisco Rodrigues; Genivaldo Araujo dos Santos; Geraldo Martins Pereira; Geraldo Messias da Silva; Grimario Valério de Albuquerque; Jarbas da Silveira Rosa; Jesuino Campos; João Carlos Rodrigues Vasques; João Gonçalves da Silva; Jodilson Ferreira dos Santos; Jorge Sakai; Josanias Ferreira de Lima; José Alberto Gomes Pessoa; José Bento da Silva; José Carlos Clementino da Silva; José Carlos da Silva; José Carlos dos Santos; José Carlos Inojosa; José Cícero Angelo dos Santos; José Cícero da Silva; José Domingues Duarte; José Elias Miranda da Silva; José Jaime Costa e Silva; José Jorge Vicente; José Marcolino Monteiro; José Martins Vieira Rodrigues; José Ocelio Alves Rodrigues; José Pereira da Silva; José Ronaldo Vilela da Silva; Josue Pedroso de Andrade; Jovemar Paulo Alves Ribeiro; Juares dos Santos; Luiz Cesar Leite; Luiz Claudio do Carmo; Luiz Enrique Martin; Luiz Granja da Silva Neto; Mamed da Silva; Marcelo Couto; Marcelo Ramos; Marco Antonio Avelino Ramos; Marco Antonio Soares; Marcos Rodrigues Melo; Marcos Sérgio Lino de Souza; Mario Felipe dos Santos; Mario Gonçalves da Silva; Mauricio Calio; Mauro Batista Silva; Nivaldo Aparecido Marques de Souza; Nivaldo Barreto Pinto; Nivaldo de Jesus Santos; Ocenir Paulo de Lima; Olivio Antonio Luiz Filho; Orlando Alves Rodrigues; Osvaldino Moreira Flores; Paulo Antonio Ramos; Paulo Cesar Moreira; Paulo Martins Silva; Paulo Reis Antunes; Paulo Roberto da Luz; Paulo Roberto Rodrigues de Oliveira; Paulo Rogério Luiz de Oliveira; Reginaldo Ferreira Martins; Reginaldo Judici da Silva; Roberio Azevedo da Silva; Roberto Alves Vieira; Roberto Aparecido Nogueira; Roberto Azevedo Silva; Roberto Rodrigues Teodoro; Rogério Piassa; Rogério Presaniuk; Ronaldo Aparecido Gasparinio; Samuel Teixeira de Queiroz; Sandoval Batista da Silva; Sandro Rogério Bispo; Sérgio Angelo Bonane; Tenilson Souza; Valdemir Bernardo da Silva; Valdemir Pereira da Silva; Valmir Marques dos Santos; Valter Gonçalves Gaetano; Vanildo Luiz; Vivaldo Virculino dos Santos...

COMITÊ CONTRA O GENOCÍDIO DA JUVENTUDE PRETA, POBRE E PERIFÉRICA.
Ato na Câmara Municipal de São Paulo – 02 de outubro de 2014.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

100 Para Cada 100 Mil: Diretamente das Valas Oficiais

“... Policia matando e muita gente dando risada...”.
Massacre no Bairro Africano – Immortal Conspiração

No interior das políticas públicas da nação genocida vigora o racismo, bradamos a resolução de uma política de desassistência, porém aos poucos o poder público foi nos mostrando a realidade na prática de gerir; essa desassistência não é só a regra, para o ser ela assim foi projetada.


Interferimos no Plano Diretor da cidade e também no Plano de Metas, as demandas foram entregues, a gestão recuou, pressionamos, mas a efetivação foi meia boca (que efetivação então?). A questão do Juventude Viva talvez possa explicar uma boa parte do que enfrentamos na terra dos capitães do mato que subiram de cargo; o Plano veio de cima pra baixo, as secretarias municipais puxaram o freio de mão, vereadores desinteressados mantiveram-se na zona de conforto e os coxinhas fizeram a festa. Se pra efetivar as leis da já distante gestão Marta Suplicy, aquilo que já há tempos cobramos como possível rede de proteção (Estação Juventude e Casas de Cultura Hip Hop etc.) é um caos, para investir mais que o dobro do investimento para o Juventude Viva em uma ação para entupir as subprefeituras de PM’s strikes bastou uma canetada. 

Cada vez mais imersa em uma complexidade que daria infinitas teses é uma anátema de nome racismo institucional. Estrutural e estruturante a pedra no meio do caminho de equipamentos como os CEUS acaba por ser um facilitador para o outro céu, filosoficamente ou não, fomos deixando ele cada vez mais preto para garantir a branquitude que quem aqui está a gargalhar com as mãos cheias de sangue de nosso povo.
Produzem nas cabeças embranquecidas a ideia de que é impossível conflitar com aquilo que chamam de concepção hegemônica daquilo que vem a ser segurança pública. Bom, se assim for devo aceitar prontamente que o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta Pobre e Periférica e o Fórum de Hip Hop MSP vivem em universos paralelos e que só nossas cabeças produzem conexões sinápticas que permitem utilizar justamente aquilo que todo ser humano apresenta como condição de existência; a razão.

Permitam-se refletir que:
- A letalidade policial acumulou 236% de aumento nos dois primeiros trimestres do ano comparado ao ano passado.
-Para cada PM morto morrem 56 civis (pretos, pobres e periféricos) se utilizarmos o último trimestre como referência.
-Que a referencia para se publicizar a queda nos latrocínios pela SSP é mensal, o mês de julho apresentou 48% de queda.
-Que a PM e toda a cúpula de segurança pública esteve comemorando por esses dias não um aumento da queda nas proporções de roubos gerais, mas uma redução do aumento. Realmente a PM estourou o champanhe quando publicaram um aumento de “apenas” 14,7% em junho, porém com esse último dado podemos dizer que na verdade de janeiro de 2013 até junho de 2014 houve um acúmulo de 191% nesse quesito.
-Existe um mercado por detrás da política tucana de segurança pública, caso contrário não seriam roubos de carros e homicídios os “melhores” indicadores.
- Enfrentar o PCC na cabeça de quem pensa a política de segurança pública do Estado é saturar os bairros com maior índice de violência. Curioso, não? Foi justamente o advento do PCC que contribuiu para a redução da violência nas localidades mais pobres e foi justamente a PM que contribuiu para aumentar esse mesmo indicador.
-Então a proposta foi a seguinte; socaram 400 PM’s em Vila Brasilândia, Vila Penteado e Parada de Taipas e assim os homicídios por lá caíram. Porém as mortes por intervenção policial não entram nessa conta (putz). Sim, a letalidade policial subiu e nós ficamos meses e mais meses contando corpos tombados ora pelos grupos de extermínio (PM’s não fardados que representam algo em torno de 60% dos homicídios do Estado) e pelos PM’s fardados (que devem estar mantendo a marca dos 20% de todos os homicídios do Estado).
-A SSP criou assim um novo programa de saturação, o Prev Paz (Política Pública de Prevenção Criminal e Manutenção da Paz e da Ordem Pública) e colocou o nome dos Direitos Humanos da PM como cabeça, coronel Glauco para executar o programa. E o que ele fez? Deu um up nos efetivos de policiamento de transito (CPTRANS) e no CHOQUE, mas o melhor, logicamente o pior, estava por vir...

Hoje o programa está na ZN (2° região) e antes estava na ZS (1° região), nessa última em Capão Redondo, Jd Ângela e Campo Limpo. O que mais deveria estar lá segundo a Secretaria de Direitos Humanos, Coordenadoria de Juventude e a SMPPIR? Ora, o Juventude Viva! Fica escuro que só estava os eventos que funcionam como palanque eleitoral, mas que na prestação de contas se transmutam na categoria de “Ações de Promoção da Cultura de Paz”. O estatístico que luta para não se afogar no mar de sangue que suas medidas se esforçam dia pós dia para manipular disse que entre 1 e 10/8 os homicídios caíram 60% e que somados todas as categorias relativas a roubos e furtos de autos a queda superou a casa dos 70%. É muita piada branca da fato, o que esse tipo de informação diz do Prev Paz? E como está a letalidade policial para o mesmo período? Evidente que ninguém tá nem ai para o que deveria ser o primordial para refletir a efetividade ou não de um direito social denominado segurança pública.

Antes de tudo é crucial que não aceitemos o discurso do opressor. Se for pra discutir a política de segurança pública não é de PCC que iremos discutir. O PCC é só uma parte da política de segurança pública (isso mesmo, ele é parte e importante do jogo). Tá a fim de entender o jogo? Tem como. Primeiro vc lê o depoimento do Marcola na CPI das armas de 2006, depois vc lê o relatório “São Paulo Sob Achaque” e com essas duas leituras vc vai saber o que mais é importante ler para compreender o que se passa de fato. Algumas horas depois poderá ler uma matéria da Folha ou do Estadão para confirmar o quanto absurda e incoerente são as informações sobre segurança pública por essas bandas.
Passado todo esse tempo desde o Salve Geral (da mídia e da cúpula de segurança pública de São Paulo) a civil alega que a prisão do Tucano e do MK essa semana serviu para instabilizar o Marcola, afinal eles ocupavam os cargos de “Sintonia Final Nacional” da organização política (e não criminosa!). Bom, quem leu só o que é oficial sabe que o Marcola está neutralizado serve apenas para justificar a política de segurança pública do Estado, “afinal, eu sou o líder perante a imprensa” e é só isso que importa. Enquanto a maioria fica no cao de que o Estado está em guerra com o PCC ninguém discuti o motivo da Lei de Execução Penal não estar sendo cumprida. Alguém ai está acompanhando a situação de Cascavel no Paraná? Alguém se ligou nas reinvindicações dos jovens insurretos? Exatamente o cumprimento da Lei de Execução Penal.

Bom, enquanto a alienação é a regra a resolução de crimes é menor que 2% e os DP’s de Vila Matilde, Freguesia do Ó e Pq São Jorge prenderam 1 pessoa no 1° semestre desse ano enquanto que só nos DP’s de São Mateus e Capão Redondo (Juventude Viva, mas presa) prenderam 241 pessoas no mesmo período (com mandato).
Sim, antes que eu me esqueça. Os roubos de caixa eletrônico que estão rolando por ai são praticados por policiais da Força Tática. Quem sabe isso não venha a público daqui uns anos, justamente o tempo necessário para que não tenha efeito legal e mais uma vez os opressores usem nosso sangue para justificar suas medalhas.


Miguel Angelo
Fórum de Hip Hop MSP
Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta Pobre e Periférica