sexta-feira, 20 de abril de 2018

O aumento da cultura do ódio? - breve nota

A cultura do ódio tem se tornada mais evidente, até mesmo devido os avanços tecnológicos na área de comunicação, mas não necessariamente deve-se pontuar um crescimento de agora. Esse aumento mantêm-se gradativamente, impulsionado pelo contexto histórico-cultural deste projeto de nação chamado Brasil.

A forma como a comunicação se desenvolve na atualidade permite uma interação imediata entre os interlocutores. Antes, essa troca era dada internamente, mais demorada e menos viralizada. Na televisão e no rádio a transmissão de informação, opiniões e doutrinas é feita de forma unilateral. Com o advento das redes sociais na internet, essa interação torna-se massiva, prática e de certa forma resguarda anonimato. Isso encoraja as pessoas a exporem e reproduzirem o que se é acumulado, tem-se maior alcance e é instantâneo.

A história do Brasil, até o surgimento da república e após esse período, tem acontecimentos de extrema violência, dominação (forçada e não forçada), e intolerância. Mas esse país assume um papel nefasto e dissimulado de romantizar a história do processo de consolidação da nação, afirma que que as integrações foram feitas respeitando as diferenças culturais, linguísticas, sociais, religiosas e econômicas.

Começa a aparecer mais facilmente todo ódio contido por trás dos mitos de um país de todos, multicultural, multirracial e de colonização benevolente, pois até então, todo esse ódio que desencadeia uma série de problemas, principalmente violência, estava mascarado. Os grupos detentores de poder puderam tornar seus atos legítimos ao longo de séculos, assim naturalizar essas diversas atrocidades e por muito tempo evitar que se pautasse seriamente o assunto.

Portanto, é preciso analisar e estudar as raízes desse problema que age de forma transversal na diferença de classes sociais, de gênero, mas acimo de tudo, a cultura de quem dominou/colonizou e não apenas se espelhar ou reproduzir o pensamento europeu e a forma de vida nos moldes da civilização ocidental. O complexo de superioridade desse berço civilizatório culmina no desejo de desmantelar outras culturas em nome de uma (ocidental) tida como universal. É inegável que o ódio está atrelado ao medo do outro, medo do estrangeiro e violações de diversos direitos.

Fuca  - 09/2017

terça-feira, 17 de abril de 2018

Koumba Tam - Mateus Aleluia / Léopold Sédar Senghor

Koumba Tam - Letra - Mateus Aleluia

Verde palma vela febre dos cabelos
Acobrei a curva afronte
As pálpebras quebradas dupla face
As fontes seladas
Esse fino crescente esse lábio mais negro e quase pesado
E o sorriso da mulher cúmplice.

As patenas das faces, o desenho do queixo
Cantam mundo acorde
Rosto de máscara serrada ao efêmero
Sem olho, sem matéria
Perfeita a cabeça de bronze
Com sua pátina do tempo
Sem vestígios de pinturas
Nem de rubor, nem rugas, nem de lágrimas, nem de beijos.

O rosto tal qual Deus te criou
Antes mesmo da memória da cidade lembrança da aurora do mundo
Nao te abras
Pra receber no colo meu olhar que te afaga
Adoro-te óh beleza
Com meu olhar monocórdio.

Dorme Koumba Tam
Dorme Koumba Tam
Ela dorme e repousa seu rosto na candura da areia.

Dorme Koumba Tam
Dorme Koumba Tam
Ela dorme e repousa seu rosto na candura da areia.

Adaptado/traduzido do poema: Máscara Negra de Léopold Sédar Senghor




sábado, 9 de dezembro de 2017

17° Encontro dos Filhos da África - Stokely e os Black Panther

Confirme presença no facebook: https://pt-br.facebook.com/events/331257310681805/


O Encontro dos Filhos da África, é uma confraternização Pan Africana, realizado desde 2001. Momento exclusivo de nosso povo.
Tema: Stokely e os Black Panther
Mesa

Raquel Barreto : doutoranda em história pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisadora da História dos Panteras Negras

Fuca: Orientador socio educativo e rapper no Insurreição CGPP.

Rap
Beto Cruz

Lançamento surpresa:
Um livro de cabeceira sobre os Black Panther

* Contribuições: Suco, frutas e salgados.
Entrada: Franca.




quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Em memória STOKELY CARMICHAEL 29/06/1941 - 15/11/1998

Em memória STOKELY CARMICHAEL 29/06/1941 - 15/11/1998


Stokely Carmichael (Kwame Ture), referência máxima pro povo preto. Uma trajetória brilhante de uma vida dedicada à luta. Um amadurecimento ideológico invejável mesmo antes dos 30 anos de idade e a conduzir grandes movimentos como o Black Power (Poder Preto). Incentivo irrestrito aos estudos pretos e principalmente da história do continente Africano e sua diáspora, para assim definir e seguir uma ideologia coesa visando a emancipação, refortalecimento e reorganização da África para os Africanos, sendo sua evolução máxima o Pan-africanismo. Bastante influenciado por Frantz Fanon, Malcolm X e posteriormente por Kwame Nkrumah, seus discursos e atos eram inflamados e violentos inspirando outros grandes movimentos e lideres como Steve Biko. Com certeza Kwame Ture não injetou a droga talidomida da integração e viveu o amor incondicional pelos Africanos. Casou-se duas vezes, sua primeira esposa foi a cantora sul africana Miriam Makeba e a segunda a médica Marlyatou Barry, da Guiné.



Na década de 60 foi perseguido por Edgar Hoover que tinha medo de surgir um novo messias do nacionalismo preto e mais à frente espalhou, como estratégia de divisão dos movimentos (inclusive o Partido dos Panteras Negras), que Stokely era um agente infiltrado da CIA. Nos anos 70, Ture se mudou para a Guiné, viveu por quase três décadas no continente Africano e fez sua passagem aos 57 anos devido um câncer de próstata. Hoje faz 19 anos de sua morte, mas suas ideias seguirão com nosso povo.

E Bora pro evento, no dia 03/12/2017, o coletivo Ujima Povo Preto vai organizar uma roda de conversa acerca das contribuições do irmão Kwame Ture. só colar https://www.facebook.com/events/511106279253384/



Livros:

Black Power : The Politics of Liberation

Stokely Speaks: From Black Power to Pan-Africanism

Ready for Revolution: The Life and Struggles of Stokely Carmichael (Kwame Ture)




segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Khoisan: conjunto de povos mais antigos da África Austral

Khoisan: conjunto de povos mais antigos da África Austral

Khoisan ou Coissã é na verdade a junção de duas etnias, os San, que são caçadores-coletores, e os Khoi Khoi, que são pastores semi-nômades. Há dezenas de milhares de anos vivem na terra, atualmente de forma reduzida no deserto de Kalahari, na Namíbia, mas já ocuparam grande extensão da África Austral, que representa a parte sul do continente africano. Com a chegada dos Bantos, os Khoisan desapareceram ainda portando grande território, mas foram dizimados com a chegada dos britânicos e holandeses. O Reino de Lesoto, por exemplo, que situava-se no Estado Livre (província da Africa do Sul) foi empurrado para o território montanhoso que ocupa hoje, sem acesso ao mar e muito dependente da África do Sul. 

A Cordilheira de Drakensberg ou uKhahlamba (em zulu), na África do Sul, abriga mais de 30 mil pinturas rupestres dos Khoisan, arte conhecida pela sofisticação de seu simbolismo espiritual. Eland (antílope africano com espirais no chifre) predomina porque o eland era o animal favorito de Deus e então estava repleto de poder espiritual. A arte Khoisan também retrata cenários de caça, dança, cerimonias religiosas e guerra. 

Conhecidos de forma depreciativa pelos colonizadores como hotentotes ou bosquímanos, possuem linguagens únicas chamadas de "Línguas do Clique" com diversos sons inexistentes em outros idiomas e por isso chamados de "gagos" pelos colonos. 

Segue um trecho do Dicionário da África - sec. VII a XVI, Nei Lopes e José Rivair:

(..)"Segundo L. D. Ngcongco, entre os anos 1000 e 1500 d.C., os KhoiKhoi tornaram-se criadores de gado, inclusive bois e vacas de grande porte, que montavam e usavam em transporte de cargas, além de ovelhas de causa grossa. Assim, espalharam-se por vasta área, numa expansão que deixou marcas profundas, tanto sob aspecto linguístico, quanto do ponto de vista da miscigenação, em grande parte da Africa Meridional, em terras hoje pertencentes a África do Sul, Angola, Botsuana, Namíbia, e Zimbábue. Em 1510, na região do Cabo da Boa Esperança, o português Dom Francisco de Almeida é morto com outros fidalgos no decorrer de uma 'expedição punitiva'. (Almeida, 1978, p.91). O ilustre falecido era vice-rei das Índias e sua morte ocorreu em confronto com um grupamento KhoiKhoi, que fez, além dele, mais 60 vitimas fatais. O fato comprova o grau de organização desses africanos, capazes de, apenas com seus arcos e flechas, infligir essa fragorosa derrota a uma coluna portuguesa, munida de armas de fogo"


Logo no inicio do filme "Os Deuses Devem estar Loucos" mostra um pouco da vivência dos Khoisan, com propriedade coletiva, cultura de dividir, caça e coleta para sobrevivência, o amor e respeito às crianças, muita sabedoria, etc. Na África do Sul tem um partido politico que representa os Khoisan de atualmente, o Partido Revolucionário Khoisan, que não tem pretensão de ganhar grandes cargos, mas de defender seus interesses.



Foto: Museu do Apartheid - julho/17


sábado, 9 de setembro de 2017

Andrew Zondo - 31 anos de sua execução

Terça-feira, 9 de setembro de 1986, o herói Andrew Zondo foi enforcado após ter sido condenado a pena de morte no regime Apartheid na África do Sul. Andrew Sibusiso Zondo tinha 19 anos e já fazia parte da ala militar do Congresso Nacional Africano (Umkhonto weSizwe) e foi responsável pela explosão de uma bomba (mina) no Centro Comercial Amanzimtoti no dia 23 de dezembro de 1985, local frequentado por pessoas brancas no apartheid.






Ele cresceu no município de KwaMashu de Durban, teve seu despertar politico aos 14 anos inconformado com a Lei de Educação Bantu e se juntou ao CNA quando tinha 16 anos. Foi treinado como combatente no exílio em Angola e realizou várias operações clandestinas contra o governo do apartheid sul-africano.

A explosão no Amanzimtoti, no período de compras pro natal, foi o seu mais proeminente. Cinco pessoas foram mortas e Zondo foi capturado seis dias depois.

Em 20 de dezembro de 1985, as forças de segurança sul-africanas realizaram uma incursão em Lesoto, matando nove ativistas anti-apartheid. Em retaliação, os agentes da Umkhonto weSizwe, incluindo Andrew Zondo, colocaram uma bomba (mina) no centro comercial Amanzimtoti Sanlam em 23 de dezembro de 1985, matando três adultos e duas crianças, enquanto outras 40 pessoas ficaram feridas. Por este ato Andrew Zondo foi amplamente criticado pela população branca na África do Sul. O alvo seria uma agência do governo.

Também teve criticas por parte do CNA, Oliver Tambo, ex-presidente do CNA, indicou que o assassinato de civis foi contra a política do CNA e, consequentemente, ele desaprovou o bombardeio, mas entendeu as razões.

A Execução
Em 6 de setembro de 1986, a família de Andrew Zondo foi visitá-lo na Prisão de Segurança Máxima em Pretoria, onde estava aguardando sua execução. Ele estava em paz consigo mesmo e com o mundo e ele disse a sua família:

"Eu não quero que vocês chorem. Não quero que as pessoas venham e chorem por mim. O que eu tinha que fazer, eu fiz. Agora minha vida está terminando."

Menos de nove meses após o bombardeio, na terça-feira, 9 de setembro de 1986, Andrew Sibusiso Zondo foi enforcado com dois homens de KwaMashu. Lucky Paye e Sipho Xulu, que também morreram sob instruções políticas.
"A pena de morte na África do Sul foi reservada como uma punição por assassinato premeditado, traição ou como parte da justiça militar."
"A execução de criminosos e opositores políticos foi usada para punir e reprimir a dissensão política."

A última palavra de Andrew Zondo foi "Amandla", o grito de guerra da luta anti-apartheid!!!



Andrew Zondo e a Luta



Andrew Zondo nasceu em 30 de maio de 1966 no Hospital Murchinson, em Porto Shepstone e passou seus três primeiros anos em Greeneville, perto de Bizana. Sua família mudou-se para KwaMashu quando ele tinha três anos de idade.

Ele foi para a Escola Nhlakanipho, que era bem conhecida por sua excelência acadêmica e cultura intelectual. Zondo tinha a habilidade de se tornar médico, ele se destacou em matemática e ciências. Sua mente inquisitiva o levou a se juntar à sociedade de debate da escola. Ele era bem conhecido por seu amor por discussões sociopolíticas aquecidas e desafiadoras.

Zondo tinha apenas catorze anos quando tomou conhecimento da situação política na África do Sul, resultado de sua escola ser invadida pelos alunos da Umzuvele; eles pediram que a Escola Nhlakanipho boicoteasse as aulas.


De relevância crucial para Andrew Zondo foi o fato de que ele foi forçado a ser educado sob o Sistema de Educação Bantu pelas Autoridades Bantu. O sistema de Educação Bantu foi projetado para dar habilidades básicas aos africanos e derrubar a independência, e não para fornecer um caminho para o sucesso. Essa percepção mordiscou sua alma e todo seu ser se revoltou contra ela, uma vez que ele se tornou consciente de ser um preto sul-africano. Ele sentiu que se boicotassem as escolas, a Educação Bantu acabaria e eles teriam um sistema de educação igual.





Vida no Exílio

Em março de 1983, Zondo deixou sua casa "supostamente" para ir as aulas e nunca retornou. Zondo atravessou a Suazilândia onde se encontrou com Judson Khumalo e discutiu seu plano para completar seus estudos. Ele foi enviado para Maputo para avaliação educacional. Quando estava em Maputo, um ataque contra civis Moçambicanos e o assassinato de pessoas do CNA pela SADF (Força de Defesa da África do Sul) alteraram o plano de Zondo de completar seus estudos. Ele decidiu em vez disso que queria fazer treinamento militar. Em agosto de 1983, veio sua chamada e foi levado para Angola. Mais tarde ele voou para a Argélia e a Tanzânia. Ele treinou durante dois anos como soldado do CNA. Enquanto ainda estava em treinamento de combate em 1984, Zondo voltou a entrar na África do Sul e realizou duas operações bem planejadas. Nenhuma vida foi perdida, mas houve danos máximos para as instalações-chave. Ele voltou no final de 1985 para a África do Sul, onde foi colocado sob o comando de Lulama Tallman, que por sua vez colocou-o no comando de três células, uma das quais incluiu Jacob Thembinkosi Mofokeng.


foto: KwaMuhle Museum - Durban - África do Sul


domingo, 13 de agosto de 2017

Trecho: A Noite dos Cristais – Luís Fulano de Tal

(...) Existem brigas internacionais e de casais, estas embora no anonimato do lar fazem a história. Ocorreram na noite de vinte e quatro de Janeiro de hum mil oitocentos e trinta e cinco. Penso que tinha uns dez ou doze anos e elas imprimiram profundas mudanças na minha vida, na história da Bahia e quiçá do Brasil. Inacreditável.

Na Rua do Paraíso em um cômodo sem janelas, três crianças assustadas e maltrapilhas estão sentadas em uma cama; duas têm ranho escorrendo pelo nariz, e a terceira os olhos inflamados. Todas choram.

Ao lado, Agostinha, preta nagô, discute com o seu amigo e pai de seus filhos, Belchior:

- Não! Não detesto os brancos vim escravizada de minha terra e um branco me emancipou, não tenho raiva deles.
Belchior já fulo de raiva diz:

- Como concordar com isso? Olhe para as crianças, eu preferia que estivessem mortas, maldita hora! Agostinha atira-se aos pés de Belchior e implora. Vendo a cena, os pequenos choram com mais intensidade.

- Pelo amor de Deus , Belchior, e as crianças? Pense, homem, pense!

- Pior do que estão não ficarão. Sai mulher! Você verá, em breve não teremos mais brancos ou mulatos vivos na Bahia. – Saiu e bateu a porta com violência.

Na Rua de Guadalupe, em um cômodo de aluguel, cinco crianças choram e pedem pão à mãe, Sabina da Cruz, nagô emancipada que berra:

- Cale a boca peste! Vão dormir que a fome passa! Não sei onde eu estava com a cabeça.

- Não grite, mulher dos infernos. Perece louca! Gritou Victorio, preto nagô, pai de seus filhos e conhecidos entre os muçulmanos como Solê.

- Não se meta com isso, pelo amor de Deus! Eu sei das suas conversas com os homens dos saveiros. Não vá meu amigo!

- Cale a boca mulher! Já te falei. Amanhã os negros serão os donos da terra.

Sulê colocou seu turbante e traje islâmicos, pegou vários facões guardados debaixo da cama, beijou seu patuá e saiu sem olhar para trás.

Na Ladeira do Desterro em um porão úmido e mal iluminado cinco crianças terminam de jantar arroz puro e pedem mais à mãe, Guilhermina de Souza, que diz:

- Vão dormir nojentos. Come tudo hoje, e amanhã come vento? Parece que come com os olhos. Já pra cama. Se eu pegar o cinto neguinho vai chorar.

Fortunato, preto nagô escravizado, resmunga pensativo:
- Eles choram porque têm fome.

Ela grita: - E por que você não traz comida? Fica metido em reuniões com os nagôs de Santo Amaro.

- Cala boca nega do cão! Virou-se, tirou seis pistolas que estavam em uma caixa, tomou seu tessubá, rosário, e saiu sem nada dizer.

Agostinha trancou a porta, arrastou consigo os filhos, foi até a Casa de Correção e disse:

- Quero falar com o comandante.

Guilhermina e Sabina da Cruz foram ao posto da cavalaria, e disseram em compasso:

- Onde está o oficial?

Por brigas que tiveram com nagôs e haussás seus vizinhos, Tereza, nagô escravizada e Duarte Mendes, africano, foram até o quartel dos milicianos e garantiram:

- Naquela casa todos são discípulos de Luiz Sanin, possuem papéis com estranhos caracteres. Falam língua enrolada e têm parte com o cão.

Os escravos que participavam do conluio riam à socapa. Era ardentemente desejado o momento em que invadiriam as casas senhoriais... quebrariam as louças... sim... sim.. o lustre da sala... os penduricalhos... um trabalhão pra limpar... ah... sim... a cristaleira... copos e jarras... delicados desenhos... finos contornos. Ah... certo... as taças! ... com vinhos cor de sangue... as festas... as haras... os negócios... apoteose do brilho e esplendor. Sim... sim... e os bibelôs de nhanhã...
Aquela seria conhecida na História como a noite dos cristais, não foi. (...)

(A Noite dos Cristais – Luís Fulano de Tal) pag: 80/83



O autor conta a história de Gonçalo, um negro nascido no século XIX, filho de um ex-escravo. Um romance histórico que tem como cenário a Revolta dos Malês e outros fatos da formação de nosso povo.