quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

História da África, José Rivair Macedo – Breve Nota

História da África, José Rivair Macedo – Breve Nota

Com o objetivo de suprir cada vez mais a carência de um estudo mais apurado sobre a história e trajetória africana, driblando os estereótipos, preconceitos e perspectivas enviesadas, este livro desvela um conjunto panorâmico de material didático sobre o continente africano.

O conteúdo contido no livro perpassa uma história africana seguimentada desde a pré-história, as primeiras civilizações e impérios, islamização, cristianismo, escravidão, colonialismo, até a descolonização e o tempo presente.

No capítulo 1 o autor descreve as formas geológicas do continente, como e onde os minerais estão alocados, remonta ao período da pangeia e argumenta o porquê da África ter sido o local da primeira evolução humana, a hominização. Se por volta de 150 milhões passaram os dinossauros, há cerca de 70 milhões de anos surgiram os primeiros mamíferos. Já há 12 milhões de anos os primatas, Autralopithecus, homo habilis viveu por volta de 1,5 milhão de ano atrás. Depois veio o período Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), o período Mesolítico (15 a 12 mil anos), e o Neolítico. Desertificação e Civilização Nok.

Com o argumento de que no Brasil se tem uma imagem única do continente africano, o autor visa discorrer através das diversidades entre regiões, e mesmo que em cada região habitem povos diferentes entre si, se aposta numa similaridade no conjunto de vivência.

No segundo capitulo é retratada a história do Norte da África, a civilização egípcia, os povos da Núbia e do Indico e mais em direção ao centro-sul, perpassa brevemente pelas cidades Suaíli. Já no terceiro capitulo será tratado o eixo transaariano, que agora se apresenta um ambiente desértico e de savana abarcando todo o desenvolvimento de grupos humanos a viverem num meio inóspito. Neste capítulo trata muito mais da consolidação islâmica na história da África, e se atem, também, na descrição de alguns dos grandes impérios, tais como Mali e Songai.

O Mundo Atlântico, capitulo 4, é relatado como se deu as mudanças devido à influência europeia desde o período do século XVI, envolve descrições sobre a região de Senegal e Golfo da Guiné, de Gana, do Congo e Angola, e da África do Sul. Onde se mostra sobre as formas de governo bem hierarquizadas, além de uma crescente tendência a militarização a partir do contato e presença europeia.

Os próximos capítulos têm por objetivo fazer uma avaliação histórica sobre algumas implicações do tráfico de escravizados, e da condição colonial.

No último capitulo, portanto, o autor traz informações sobre os movimentos de descolonização e independência de vários países no continente africano, é neste momento apenas que se confere, no livro, certa unidade enquanto continente, também a influência dos pensamentos e ações da diáspora africana. Ao distinguir entre independência conquistada e independência concedida, se passa também ao estilo político adotado nos Estados pós-coloniais, o que Kwame Nkrumah conceitua como Neocolonialismo, pois se mantêm arraigadas as influências das antigas metrópoles nesses Estados.

“Assim, embora nominalmente independentes, estes países continuam a viver na relação clássica da colônia com seu “patrão” metropolitano, isto é, a produzir matérias-primas e a servir-lhes de mercado exclusivo. A única diferença é que agora essa relação está encoberta por uma aparência de ajuda e solicitude, uma das formas mais subtis do neocolonialismo. Como a França considera que só se poderá desenvolver perpetuando a sua relação atual com os países subdesenvolvidos que se mantêm na sua orbita, isto significa que o fosso entre aquela e estes se irá alargando. Para que este possa vir a ser diminuído, ou mesmo anulado, será necessário renunciar completamente à atual relação de patrão cliente” (p.166) 

Enfim, o enfoque do autor foi de colocar o continente africano como detentor de sua própria história e produtor de suas próprias formas materiais de existência, principalmente antes das invasões. Lógico, como mencionado no inicio, tudo de forma panorâmica e deixa muitas outras questões e abordagens de fora, mas que serve como resumo base para o ensino didático nas escolas. Além de conter sugestões de leituras e videos para maior aprofundamento na questão.

Fuca - 2019


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