domingo, 28 de julho de 2013

Impresso em Negrito - Poema



Quando me vi sendo avaliado nos mínimos detalhes do corpo
Nunca senti tanto desprezo moral
Fui usado como mercadoria irracional, coisa brutal
E apos uma longa e cruel viagem, é uma pena eu não estar morto.

Eu vi vários morrerem, jogados aos mar, estavam doentes
Mesma raça mas de grupos diferentes, várias intrigas
Sem espaço, com bichos, insetos, pragas, brigas.
Quando escolhido, cortaram os laços com meus entes

Com um pedaço de aço quente me marcaram, fui pro abrigo
O trabalho era duro, 16 horas por dia em uma fazenda
A revolta veio, queria liberdade, queria igualdade, queria renda
A minha fuga falhou, mas os capangas capricharam no castigo

Anos mais tarde, minha mão de obra tornou-se inviabilizada
Enfim, fui libertado porem possuía completamente nada

Precisaram de novos consumidores...
E assim somos para a burguesa, somo meros consumidores,
Pagamos pelo que nós mesmos produzimos , somos explorados.

Chega de escravidão, basta de exploração! Chegar de mortes em negrito.

Aos direitos dos Negros.


(Carlos R. Rocha)

Nenhum comentário:

Postar um comentário